Capítulo 16

43 7 47
                                    

Há 20 anos atrás
Roland⚗️

A floresta é o lugar mais apto para se alimentar, pessoas vagam por aqui o tempo todo e com a fome que estou eu espero que tenha alguém.
Caminho pelas árvores escuras sentindo cheiro de sangue fresco. Corro até onde o cheiro me atraiu. Me escondi atrás da árvore enquanto observo a mulher andando no meio da floresta, analisando as plantas e segurando uma lamparina. Consigo ver alguns dos seus cachos dourados saindo de dentro do capuz verde. Me aproximo devagar, pronto para atacar, agarro seu braço e viro-a para mim. Seus olhos verdes encontram os meus. Ela é linda, o rosto delicado, boca rosada e volumosa, cachos caídos em seu rosto. Ela me encara com um sorriso e enfia uma faca em meu peito.
É uma caçadora?
Acordei acorrentado em uma cadeira, há tubos de agulha em mim, drenando meu sangue. Respiro fundo e forço as mãos para quebrar as correntes. O que essa mulher não sabe é que eu sou muito mais velho que os vampiros comuns.
Tiro as agulhas de mim e levanto. Estou dentro de um laboratório de pesquisa. Então acho que ela é cientista. Será que estava na floresta caçando vampiros? Ela não me matou. Então é exatamente isso que estava fazendo
Garota esperta.
Mexo nos frascos e nos elementos químicos misturados. Vejo uma amostra do meu sangue dentro de uma cápsula. Estranho...
A porta se abre e a garota entra. Ela me encara com expressão confusa e com medo. Uso minha velocidade de vampiro e bloqueio a porta antes dela sair.

—Nada disso.

Ela se afasta. Seu coração está acelerado. Ela pega uma faca em cima da bancada e aponta pra mim.

—Fica longe de mim!

—Ficar longe? Foi você que me esfaqueou. Sua louca!

—Não é o que está pensando...

—Não?

Encaro ela dos pés à cabeça. Está usando um jaleco de médica por cima do vestido azul, agora consigo ver nitidamente seu cabelo cacheado loiro.

—Por que estava drenando meu sangue?

—Você deveria ficar mais tempo desacordado...

—Tenho oitocentos anos, não é tão fácil me apagar assim.

—É mesmo? Eu consegui! —Ela exala confiança e autoritarismo.

—Você é bem atrevida, não tem medo de eu ir aí e arrancar sua cabeça?

—Se quisesse fazer isso, já teria feito.

A voz dela é tão doce como cereja.
Parece até música.

—Só não fiz porque eu quero saber o que está fazendo com meu sangue.

—Você é um vampiro da água. Uso sangue de vocês pra curar pessoas, sou a médica local.

—Gostei do seu laboratório, sou cientista, sabia? Ah, espera! Não deu tempo de te falar, até porque me matou.

—Você é um vampiro, e ia me matar primeiro, então estamos quites.

—Eu não mato inocentes.

—Então o que estava fazendo quando se aproximou de mim?

—Eu ia me alimentar, mas não ia te matar.

—Não acredito em você.

Dou uma risada

—Que coincidência. Sabe... Já que drenou meu sangue, sinto-me no direito de beber o seu.

Aproximo-me dela e a coloco contra a parede, ela derruba a faca no chão e sua respiração fica tensa e ofegante.

—Por favor, não me mate.

—Me diga seu nome, talvez eu tenha piedade.

—Por favor, eu só faço isso pra ajudar as pessoas, juro que não sou uma caçadora.

Seguro seus pulsos acima da sua cabeça e tiro seus cachos do pescoço, dando total liberdade pra mim.
Escuto seu coração acelerado e a veia pulsando. Beijo delicadamente sua pele e ela se arrepia.

—Me chamo Gianna.

—Bom, Gianna, vai doer um pouquinho, mas não vou te matar, gostei de você.

Roland e Gianna viraram melhores amigos, e começaram a estudar o sangue curativo dos vampiros da água. Depois de alguns meses juntos, eles se apaixonaram e resolveram namorar. Roland levou Gianna até a cachoeira de Dynastia, era uma das suas paisagens mais lindas e sob a luz da lua e os respingos de água no rosto deles, ele deu o primeiro beijo dela, algo que fez seu coração explodir de emoções. O amor deles era puro e romântico, Roland protegia Gianna e fazia tudo que ela gostava, por um ano levou ela a lugares que ela sempre sonhou em ir, Itália, Paris, Roma, Grécia e México. Eles se amaram nos piores e melhores dias, quando ela chorou ele estava lá para acalma-la, quando ela sorriu ele sorriu com ela.
Gianna decidiu se transformar em vampira, mas descobriu que estava grávida então teria que esperar passar a gestação.

O seu bebê era uma menina e nasceu em uma noite chuvosa e cheia de conflitos familiares.

Como uma rosa que cresce no jardim, o amor deles surgiu, floresceu e morreu, mas não por falta de amor, morreu por uma crueldade. Gianna se foi, deitada  nos braços do único homem que ela amou, ela deu à luz a sua filha, tão linda quanto ela. E assim que a bebezinha nasceu, ela escutou seu primeiro choro, sua filha e seu marido sumiram e uma espada foi cravada em seu peito.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


A rosa branca Onde histórias criam vida. Descubra agora