Capítulo 3

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Amylla🥀

Dalila e Thalissom me acompanharam até chegarmos em casa, não sei o que aconteceu com Rodrik, mas os outros dois foram atrás dele e não voltaram mais. Troquei de roupa e comecei a arrumar a casa, limpei os quartos. Cada um tem um hobbie diferente e uma forma de organizar e decorar o próprio quarto, mas no geral todos são quartos grandes com sacadas enormes, descobri que Kaio gosta de violino, Thalissom de pintura, Rodrik de ler, Dênis gosta de matemática - como eu - Thomas de diários, Kayssom tem muitos mangás e Dalila gosta de desenhar, principalmente nas paredes.
Subo as escadas e o cheiro de sangue entra nas minhas narinas. Meu coração bate forte enquanto sigo o corredor até um quarto, sei que não deveria entrar, mas estou nervosa, o cheiro está muito forte, como se alguém tivesse sendo drenado aqui dentro. Tudo nessa casa me assusta, é muito escura e cheia de detalhes macabros, antes da limpeza estava repleta de teias de aranha. Hesitante eu abro a porta e sinto o bile subir pela minha garganta assim que vejo Rodrik.
Ele está ajoelhado, sem camisa, preso em duas correntes que estão embutidas no telhado. Tem uma poça de sangue em baixo dele, mas eu não vejo nenhum ferimento.

— Eles são tão descuidados.

A voz dele está arrastada e cansada.
Por que estão fazendo isso com ele?
Isso é tão errado...
Corro até a mesa que tem ao lado dele, repleta de facas de prata, pego as chaves da corrente e me aproximo de Rodrik.

— Amylla não faça isso!! — Kaio grita antes de mim abrir as correntes

Ele fez isso?

— Você está torturando ele? Isso é loucura, por mais idiota que ele seja, não merece isso.

Abro uma corrente, em questão de segundos vejo as chaves cair no chão e eu estou de frente para Kaio, na porta.

— Corre

Hesitei um pouco, mas depois de ver Rodrik em pé atrás de Kaio, minha vontade de fugir surgiu mais rápido do que o tanto que eu consigo correr.
Rodrik estava em pé??
Sorrindo, sua boca parecia maior, ou é impressão? Eu vi os dentes pontudos...
Sinto mãos agarrarem meu pescoço assim que chego no jardim.
A parte nua das minhas costas encosta em uma pele úmida.
É Rodrik.
De repente todos os irmãos aparecem ao meu redor.

— Solta ela, Rodrik. — Diz Dênis.

— Não... Preciso repor minhas forças, não é mesmo, Amy? — O sussurro em minha orelha faz meu corpo se arrepiar
Amy? Ninguém nunca me chamou assim.

— Não faça nada para se arrepender.

— Por que não? Cansei de tentar ser certinho, eu odeio todos vocês, e quer saber, temos duas saídas, vampiro ou morte.

Sinto as perfurações em minha pele, não consigo conter o grito, a dor é insuportável. Por sorte não dura muito, alguém empurra Rodrik para longe. Coloco a mão sobre a mordida, está sangrando muito, minha cabeça dói, minhas pernas bambeiam e eu caio de joelhos, vejo Rodrik apagado no chão. E os outros?

Estão com os olhos vermelhos

Vampiros existem

Eles são mesmo vampiros.

Eu devia ter levado Rodrik a sério.

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