Capítulo 2

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Rodrik🦇

Não fiquei em casa depois de toda a confusão, não suporto meus irmãos, eles agem como se tivessem razão de tudo. Passei o dia inteiro vagando pela floresta sangrenta, matando os humanos que entram nela, espalhando sangue pelas árvores e confirmando o nome que lhe foi dado. Já é madrugada agora. Chego em casa cansado, minhas roupas estão sujas e ensanguentadas, vou até a lavanderia, tiro a camisa e coloco no cesto, depois vou até a cozinha beber água e escuto um sussurro.

—Não... Por favor...

É a voz de Amylla
Apareço tão rápido em seu quarto que nem me reconheço.
Ela está dormindo, deve está tendo um pesadelo, seu corpo está inquieto na cama ela se mexe como se tivesse tentando se defender de alguém.
É uma péssima hora para admira-la?
Por que ela é tão linda?
Os cabelos brancos ondulados se camuflam nos lençóis, a pele é tão clara que ela poderia ser uma nuvem, mas os olhos e as sobrancelhas quebram essa ausência de cor, seus olhos são pretos e as sobrancelhas também, as bochechas estão rosadas mostram definitivamente que ela é humana e os lábios... Avermelhados e carnudos, é tão desenhado que se ela fizesse biquinho formaria um coração quase perfeito... Sinto vontade de beijá-la.

Aproximo-me da cama e toco em seu rosto, sua pele está gelada. Respiro fundo e entro em sua cabeça.
Vejo um homem, alto, gordo, cabelo escuro, olhos escuros como os dela, usando uma cueca e com uma faca na mão, Amylla está encolhida no canto da parede enquanto ele se aproxima.
Saio da cabeça dela e a acordo.
Assim que ela me vê, arregala os olhos e ameaça gritar, então tampo sua boca com força.

—Shiii... Não grite, se você tentar alguma coisa eu quebro sua cabeça antes mesmo dos meus irmãos aparecerem.

Ela assente. Não sei se confio nela, mas tiro a mão da sua boca.

—O que você quer?

—Você estava tendo um pesadelo.

—Ah, agora você se preocupa comigo? Virou um irmão bonzinho?

—Como você é idiota. Eu estava na cozinha, escutei você falando.

Amylla se inclina e escora na cabeceira da cama, desvio o olhar por um segundo quando noto seu pijama decotado, mostrando boa parte dos seus seios pequenos.

—Não quero você perto de mim, você ameaçou me matar.

A voz dela é doce e gostosa de ouvir, além do tom irônico e calmo, ela puxa a coberta para tampar o corpo.

—Pelo menos você é inteligente, significa que não é só um rostinho bonito, ainda sim, estou aqui.

—Está, porque eu deixei!

Solto uma risada. Ela me encara perplexa.

—Se é isso que você pensa.

—Olha aqui! Eu sei me defender!

Agarro seus pulsos, ela tenta se mover irritada, pressiono suas mãos sobre a cabeceira acima da cabeça dela, estamos mais próximos agora, tanto que sinto sua respiração na minha boca, seu hálito tem cheiro de chá de erva doce. Dou um sorriso de canto e a vejo morder o lábio inferior, enquanto tenta não olhar para meu corpo exposto, seus olhos correm até meu pescoço, onde acho que viu a tatuagem.

—Por que um morcego?

—É o símbolo dos vampiros e eu sou um vampiro.

Ela ri como se aquilo fosse a coisa mais ridícula que alguém já tivesse lhe dito.

—Você é cheio de piadinhas.

Não insisto, uma hora ou outra ela vai acabar descobrindo. E não será de um jeito bom.

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