Cap 9: Trix.

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Acordo já cansada na manhã de domingo, e apenas durante o banho que me lembro que tenho um compromisso com a família Costa.

-Meu Deus, como me esqueci?!?—Faço uma pergunta para mim mesma.

Depois que Diego me deixou em casa ontem, não voltamos a falar, algo que não é muito frequente... Então decido ligar para saber se está tudo bem e se o almoço em sua casa ainda está de pé.

Tento ligar 3 vezes, mas ele não me atende, só espero que nada tenha acontecido...

Me preparo e vou para a sala onde encontro minha mãe assistindo, observo-a enquanto ela não nota minha presença. Às vezes me sinto mal por não poder ainda dar tudo para a mãe que sempre lutou muito para defender os filhos do próprio pai, para a mulher que sofreu muito em toda sua vida morando com um homem que não a soube respeitar, que tirou dela o direito de trabalhar. Como mulher, sinto muito ódio pelo meu pai, e como filha, sinto vergonha, pois ele é o motivo de eu estar fazendo terapia.

Minha mãe tenta ser forte por nós, mas eu a consigo ouvir chorando quase todas as noites, e quando a tento consolar, ela inventa sempre uma desculpa pelo seu choro, dona Ana Barata é bastante orgulhosa, mas entendo que só não queira demonstrar para seu filhos suas fraquezas.

-Bom dia, mamãe!— Finalmente decido revelar minha presença para ela, deixando um beijo em sua bochecha.
-Bom dia, Lau, dormiu bem?—Diz ela animada.
-Dormi, e a senhora?—Respondo.
-Também, filha. Ontem não te vi chegando...
-Quando cheguei a senhora já estava dormindo, então não a acordei. Dormiu cedo, já agora, estava tudo bem?— Pergunto.
-Apenas dor de cabeça, filha, o Diego virá te pegar daqui à pouco, não vais te apressar?—Então Diego falou com minha mãe, ótimo.
-Vou tomar já o pequeno-almoço, já tomaste?

Levei cerca de 20min preparando e comendo o pequeno-almoço. Decidi fazer também um bolo para levar ao almoço, deixo no forno enquanto vou me arrumar.
Vi um vestido estilo camponesa e umas sandálias, ainda não falei com Diego mas parece que ele está à caminho, tiro o bolo do forno e vou pentear o cabelo, hoje fiz algo diferente, deixar meus pequenos cachos soltos. Desenformo o bolo e desço.

Incrível como mesmo não entrando em comunicação, sabemos nos comunicar, eu desço e ele acaba de chegar.

-Boa tarde, Diego—Cumprimento entrando no carro.
-Boa tarde, Laura—Não esperava essa, mas tudo bem.
-Por que não atendia minhas chamadas?—Pergunto.
-Estava meio ocupado— Seiii.—Por onde estiveste ontem?
-Ontem? Estive com a Nayara e a Tânia.—Minto.
-Está bem.—Diz ele, não parece acreditar mas também não me diz mais nada e apenas seguimos.

  Vi que ele passou o caminho de sua casa, suponho que tenham trocado o local do almoço, mas não questiono. 15min depois, confirmo minha teoria, estamos no condomínio em que sua irmã mais velha mora.
  Diego desce do carro e me diz para aguardar, faz a gentileza de abrir a porta do carro para mim já que estou com o bolo, terei de fazer bolos mais vezes...

  -Muito obrigada, cavalheiro!—Agradeço e ele abre um sorriso, tive saudades de o ver sorrindo para mim.
 
   Acredito que somos os últimos a chegar pois a casa já está lotada, e é bom conhecer todos: pais, irmãos, sobrinhos, tios e primos; me lembro que nos primeiros dias, foi mais desconfortável, mas eles sempre me receberam bem, e hoje, já me sinto como se estivesse com a minha família...

  Diana Costa, irmã mais de Diego, aproxima-se de nós com um sorriso.
  -Oi Lauuu!—Diz ela me abraçando e pegando o prato de bolo.
  -Oiii, Di— Respondo com satisfação.
  -Oi, oi, também estou bem—Diz Diego se intrometendo e nós rimos.

  Cumprimentamos o restante da família, e nos sentamos numa mesa com os seus primos e seu irmão. Ficamos petiscando até o churrasco estar pronto, nos servimos e comemos enquanto conversamos, fazemos piadas e rimos, gosto de ambientes do gênero, descontração e apenas alegria.

Entre linhas e beijos: Arquitetando o AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora