Cap 21-Nosso escritório (part 1)

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  Estou em casa e já arrumada também, e talvez para a infelicidade de Fernando, não esteja tão atraente pois decidi colocar uma roupa simples que não chamasse a atenção do pessoal de casa (não quero que saibam ainda que estou saindo com outro, ainda mais após o plano mal sucedido de Diego), mas para a sua felicidade, caprichei na escolha de uma lingerie preta (que já sei ser a sua cor predileta).

  Tenho 20 minutinhos restantes, e os vou passar preparando o que melhor sei fazer: panquecas americanas! (Espero que Fernando goste de delas também).

  -Vamos lá ver, 2 ovos, o leite, açúcar...uhm, onde está o sal?—Fico monologando, e se alguém me escuta, é mais um motivo para fazer terapia.

Agora tenho todos os ingredientes prontos para a minha receita, porém, já também existe uma guerra de pensamentos em minha mente.

  -De um lado, tem meu pai que decidiu reaparecer em minhas notificações e em minha vida, mas o conheço o suficientemente bem para saber que é questão de tempo para que ele volte a sumir, à não ser que queira algo de mim!—Penso alto enquanto parto os ovos, adiciono 4 colheres de sopa de açúcar, 3 pitadas de sal e uma colher de colher de essência de baunilha no recipiente.—O que poderia ele querer de mim agora?—Faço uma pergunta para mim mesma e misturo os ingredientes adicionados.

-De outro lado, tem a minha vida amorosa que agora encontra-se subdividida em dois grupos: um deles está tentando superar Diego, e ao mesmo tempo me culpando pelo término de tanta coisa que tivemos e poderíamos construir juntos; e o outro, está se permitindo apaixonar-se de novo.—Agora adiciono uma xícara de leite e 3 colheres de manteiga derretida, e volto a misturar.

-De certeza que agora apenas a minha vida acadêmica vai bem, pois já começo a duvidar até de pessoas que venho chamando de "amiga", e me deixaram cair numa bela armadilha. Será que isso foi um teste de vida? Será que eu realmente não mereça ser feliz por ter fracassado feio nesse teste?—Adiciono 2 xícaras de farinha de trigo já peneirada, misturo novamente e por fim, adiciono uma colher de fermento.

Agora que tenho a massa pronta, unto a frigideira com manteiga e coloco uma concha de massa à fogo médio.
Estou fazendo a penúltima panqueca quando recebo a mensagem de Fernando avisando que está chegando, e antes mesmo que possa responder ele de volta, ouço uma voz vinda de trás de mim.

-Hoje temos panquecas para o pequeno-almoço?—Pergunta Luan invadindo meu espaço na cozinha e já se acomodando.
-Sim, termine de fazer esta e a outra para mamãe!—Passo à ele a espátula que eu usava para virar as panquecas, ele apareceu na melhor hora!
-E aonde você vai?—Pergunta Luan, parecendo confuso mas já virando a panqueca.
-Vou me encontrar com Soraia, despeça a mamãe por mim, beijos!—Respondo já me retirando da cozinha e pegando minha bolsa antes que o querido queira mais detalhes.
-Tchau!—Ouço ele dizer enquanto fecho a porta.

Encontro Fernando no parque de estacionamento de sempre, meus passos são mais rápidos e já sinto um sorriso se formar em meu rosto.

  -Oiii.—Digo abrindo a porta do seu carro e pousando a minha pasta e a sacola antes que me sente.
  -Minha pequena—Ele abre um sorriso e eu vejo o quanto essas covinhas deixam esse homem lindo.—Como estás?
  -Bem, e tu, grandão?—Acredito que para ele, me ouvir o chamar de "grandão" tem o mesmo efeito que o ouvir me chamando de "pequena", seu rosto tem outra expressão e eu não sei explicar, mas entendo perfeitamente bem!
  -Estou super.—Ele me observa terminar de colocar o cinto.—Vamos?
 
  Faço que sim, e ele dá marcha. Vai tocando músicas calmas, mas por algum motivo, eu não me sinto calma, minha perna esquerda mexe involuntariamente e não sei onde colocar as mãos.

  -Shh.—Fernando chama a minha atenção e coloca sua mão quente por cima de minha coxa, fazendo um movimento lento e me tranquilizando, mas ele não diz nada até que em 2min, para o carro.—Vou comprar algo rápido, desces comigo?— Questiona.

Entre linhas e beijos: Arquitetando o AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora