ARMADILHA

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--- PETE -----


Eu entrei em casa com raiva em passos largos, contraindo os pulsos numa enorme vontade de quebrar alguma coisa. Subi as escadas rapidamente para a porcaria do quarto dele, nosso quarto há alguns meses, eu estava puto, bati a porta com força mesmo sabendo que ele estava atrás de mim.

Passei a mão pelo cabelo e respirei fundo tentando me acalmar, ouvi a porta abrindo e fechando com delicadeza, era assim que ele era, calmo, frio e extremamente irritante. Não me virei para olhar pra ele, mas senti seus olhos nas minhas costas, me fuzilando, ele estava bravo. Comecei a tirar meu relógio e o blazer ignorando-o.

Quando me virei encontrei seus olhos frios, me fitando.

- Você não tinha o direito de fazer o que fez hoje Vegas. – Falei o mais calmamente possível, mas sentindo as palavras cortantes, ele arquejou a sobrancelha.

- Pegar o que é meu? – Ele soltou um riso de escárnio. – E você Pete? Tinha o direito de estar em um bar qualquer conversando com um idiota que não tirava a mão de você? – Ele foi se aproximando a medida em que falava, sua voz ficava mais grave e seu tom mais perigoso.

- Você sabe o que vem acontecendo na família principal – Joguei sem conseguir encará-lo – Eles ainda nos mantêm, mesmo que não queiramos participar, quando Porsche pediu ajuda, não vi motivo para dizer não.

- Você não viu a porra de um motivo? – Ele bateu na parede atrás de mim e eu pulei com um susto, minha respiração acelerou e eu engoli em seco.

A verdade é que nossa relação mudou bastante desde o dia em que decidimos ficar juntos, em todos os sentidos, Vegas tinha se tornado um homem diferente, mais.... carinhoso... e eu pensei que nem fosse possível. Depois de tudo que passamos, mesmo sabendo que eu gostava do tratamento, nunca mais tivemos aquele tipo de relação, ele parecia com medo, de me perder, e, as vezes, até mesmo com medo de me tocar.

Apesar de estarmos morando juntos, era como se não estivéssemos completos, ele não era ele de verdade sabe? E eu, bem, acabava não sendo eu, a toxidade que nós dois entendíamos, e acabava me colocando neste tipo de situações, que faziam vir à tona o Vegas que eu conhecia, que me era confortável. Será que isso é doentio? Bem provável.

- Eu só queria ajudar... – Deixei escapar entre dentes, sem saber o que responder.

- Não, isso não é verdade. – Ele me olhou de cima em baixo, como se pudesse ler todos os meus pensamentos, minha alma.

- Como sabia que eu estava lá Vegas? – Perguntei tentando mudar um pouco seu foco das minhas inverdades, ele ainda me mantinha contra a parede do quarto, com sua mão ao lado da minha cabeça, me prendendo completamente. Ele não me respondeu a princípio, me deu um olhar estranho, enviesado, então eu entendi. – Você colocou a porra de um rastreador em mim? – Empurrei seu peito, puto de novo.

- Eu cuido do que é meu, para que acha que serve a merda de anel. – Eu ri e soltei um suspiro exasperado ao mesmo tempo, o gesto de carinho era um rastreador? Empurrei ele mais forte porque precisava de um pouco de espaço para respirar, minhas mãos em punhos por não ter sido informado, eu odiava isso. – Mas, pensando bem, acho que preciso te colocar uma coleira – Ele cuspiu e eu paralisei, meus olhos se arregalaram e foram direto para o seu rosto – Os outros precisam entender que você tem dono. – Sua voz foi ficando mais baixa, e ele foi se aproximando do meu rosto, engoli em seco outra vez, eu simplesmente perdi o foco e o jeito de reagir, bem, meu pau não, este estava reagindo muito bem.

- Vegas... – Tentei, minha voz saiu rouca.

- Essa voz... – Ele me olha de cima em baixo, sua expressão escura, lambe os lábios e eu só consigo ficar observando hipnotizado. – Você gosta, não é? – Se aproxima e lambe, depois morde o lóbulo da mira orelha. – Sente falta de ser o meu bichinho Pete? – Solto um gemido involuntário e meu pau responde a isso imediatamente. – Você gosta que eu esteja no comando? De ser o meu bichinho de estimação? Gosta que eu te alimente? – Ele agarrou minhas mãos e as segurou em cima da minha cabeça, depois começou a distribuir lambidas, chupadas e mordidas no meu pescoço, as quais eu respondia com gemidos. –Que eu te puna? Te cause certa dor? Te deixe em correntes um tempo. – Eu soltei um longo gemido. – Entendo... – Ele sorriu e deu uma longa mordida no meu pescoço. – Gosta das marcas? Você precisa me dizer, eu não estou indo a ter um relacionamento abusivo novamente. – Balancei a cabeça e ele me mordeu novamente. – Palavras, bichinho.

- Eu ... gosto de... TUDO. – Disse finalmente, me sentindo aliviado dessa abertura, ele olhou em meus olhos e me fitou por um momento, arquejando as sobrancelhas por um segundo.

- Até mesmo da possessividade? – Seu tom era mais sério, ele me analisava. – Da vontade de te colocar uma coleira e mostrar para todo mundo que me pertence? – Exalei com isso e ele entendeu sem eu precisar falar nada, então ele deu um sorriso debochado que eu não entendi, me soltou e se afastou.

- Você fez de propósito hoje não fez? – Ele disse totalmente presunçoso.

- Eu fiz o que? – Perguntei desentendido.

- Não se faça de bobo Pete, sabia que eu iria chegar naquele bar não sabia? – Não consegui mais encará-lo – Você me queria com ciúmes, possessivo. – Ele acariciou seu próprio rosto, enquanto eu ficava vermelho olhando para o chão. – Que bichinho mau...

- Eu não. – Cortei no meio, ele arquejou a sobrancelhas me desafiando a mentir, a verdade é que ele conseguia me ler por completo, e eu fiquei ali, parado e vulnerável, era assim que eu me sentia, e gostava, estava completamente excitado.

- Tudo bem, vamos começar. – Ele disse, finalmente, com um sorriso diabólico em seus lábios.

- Começar o que? – Eu perguntei franzindo o rosto sem entender.

- Sua punição, meu bichinho. 

Correntes (VegasPete)Onde histórias criam vida. Descubra agora