VEGAS
O carro estava com o cheiro do Pete exalando, ele dormia no banco do passageiro, acho que depois que afirmei que nós iriamos sim visitar os meninos e fazer o que quer que ele tivesse armado, e me escondido, poque eu sabia que ele estava escondendo algo, então ele começou a correr pela casa, falou com Porsche algumas vezes e não conseguiu dormir de noite.
Tiro os olhos da estrada por alguns momentos para observá-lo, faço carinho em seu cabelo, a verdade é que ele ficou bem mais abalado com os tiros que levei do que ele quer deixar transparecer. E isso me preocupa, porque as vezes sinto que não serei capaz de protegê-lo, não disso, desse medo que ele sente. Respiro fundo.
Se fosse por mim nós não retornaríamos a nada disso, não quero Pete em perigo, mas... Ele se remexe inquieto e puxa minha mão o que me faz sorrir, ele me diz que sou carinhoso, realmente, gosto de tê-lo perto de mim. Só que por tudo que ele já passou, tudo que me contou e viveu, ele não percebe o quanto gosta disso, contato físico.
Deixo que ele permaneça segurando minha mão até chegarmos ao nosso destino, ele desperta no momento em que o carro para e sorri pra mim. Eu assinto, nossa postura muda, não sabemos se há algo diferente do que esperamos lá, então descemos prontos, caminhamos em silêncio até a entrada da casa e subimos, e entramos na casa.
Eu vou na frente e Pete me cobre, nós passamos por um corredor até alcançarmos a sala, e damos de cara com Kim nos apontando uma arma.
- O que estão fazendo aqui? – Ele estava pronto para atirar.
- Porsche pediu que conferíssemos como estavam. – Pete disse fala antes que eu tenha a chance de abrir a boca, Kim nos analisa por um segundo, então abaixa a arma, e nós fazemos o mesmo.
- Está tudo bem aqui, vocês podem ir. – Ele diz entredentes, e eu me irrito, ele acha mesmo que eu queria estar aqui? Sempre servindo as vontades desse mimado?
- Qual é, nós mal chegamos. – Pete dá seu melhor sorriso. – Além do mais, não é só isso, Vegas vai te explicar tudo. – Ele aponta pra mim. – Onde está o Chay? – O seu tom é extremamente amigável e minha irritação só piora.
- Lá em cima, eu o tranquei no quarto, pensei que estávamos sendo invadidos e ele queria vir. – Kim explica.
- Então, estavam juntos é? – Pete joga com a sobrancelha e eu olho ao redor tentando entender o que está acontecendo, parece que perdi muita coisa com a porra do coma. – A chave. – Kim o entrega, aparentemente a contragosto, e Pete sobe correndo, não sem antes me entregar a arma que ele portava, como se estivesse pegando fogo, isso me preocupa.
E fica aquele clima maravilhoso.
- Não entendo o que Porsche... – Kim começa, mas eu o corto.
- Primeiro ele queria que nós tivéssemos certeza de que estava tudo bem, eu não entendi por que, mas aparentemente agora eu sei. – Respiro fundo. – E, depois, ele disse que vai te ligar pra te explicar melhor.
- Porchay nunca contou nada para ele, nem eu... – Ele fala consigo mesmo.
- Dentro daquelas casas as paredes têm ouvido, você sabe disso. – Me meto porque é a mais pura verdade, nós conseguíamos informações mesmo sem querer, e ele se senta. Pensou mesmo que seu segredo estava tão bem guardado?
Nós ficamos em silêncio por um tempo, quando o barulho lá em cima chama a atenção, risadas, e ouço a voz do Pete conversando animadamente com Chay.
- É melhor não, gatinho. – Ele fala antes de entrarem na sala, cruzo os braços puto. Gatinho? Porra. Desde quando ele tem essa intimidade com esse pirralho? Travo a mandíbula para não falar nada analisando Porchay, e me privo de falar por um segundo.
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Correntes (VegasPete)
Fanfiction(FINALIZADA) Pete não queria uma vida de mentiras, setia falta de ser tratado como antes, até mesmo das correntes, e era insano. O que poderia fazer? Bom, ele tinha um sorriso, um plano e o frio na barriga. Vegas e Pete seguiram uma vida pacífica...