Carente.

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---PETE---

Fecho os olhos com raiva, não acredito nisso, olho pras minhas mãos, presas naquelas merdas de luvas, ótimo, ele deixou a água, mas não tenho como beber. Me jogo na cama e resolvo dormir mais um pouco, porque sei que ele está me observando pela câmera, bufo com raiva, puxo o edredom contra mim.

Droga, me enrosco ali na cama sentindo a coleira em meu pescoço e engulo em seco. O pior é que eu gosto disso, gosto quando ele exerce poder sobre mim, gosto quando ele me domina. Sabe por quê? Porque é só eu dizer a palavra de segurança pra câmera e em questão me minutos ele vai vir me soltar.

Mas, eu não quero isso, gosto de sentir que pertenço ao Vegas. Gosto da coleira no meu pescoço, mas sinto falta da sua presença ali. Então resolvo dormir mais um pouco, sei que uma hora ou outra ele vai voltar, cochilo enroscado ali e acordo com Vegas tirando minha coleira, olho pra ele por entre os cílios, ainda sonolento.

- Descansado? – Ele acaricia meu rosto, ele está sério, mas vejo o sorrisinho no canto de sua boca. Ele então pega minhas mãos e tira as luvas, sinto o vento frio, e o alívio de mexer minhas mãos livremente. – Vem, vamos tomar um banho. – Ele chama e eu ao invés de me levantar estendo meus braços, Vegas joga a cabeça para trás rindo, mas logo me pega no colo, me levando em direção ao banheiro.

A banheira já estava preparada e ele me coloca lá dentro depois de me ajudar a tirar a roupa, se senta atrás de mim me puxando pro seu colo. – Você está muito calado.

- Pensei que não fosse pra mim falar. – Sorrio e ele revira os olhos. – Ainda estou com sono. – Deito minha cabeça no seu pescoço, e ele leva a mão ao meu cabelo me fazendo carinho, ele se afasta e eu puxo sua mão de volta.

- Eu gosto de como você fica carente depois de uma cena. – Ele me abraça pela cintura, beijando meu pescoço.

- Não gosto quando fico sozinho... – Me encolho contra ele.

- Mas, gosta de ser privado da liberdade, gosta de se sentir controlado, e vigiado. – Ele me observa, depois respira fundo. – Só durou mais tempo porque você adormeceu. – Ele sorri. – Mas, não ficou nem três horas lá.

Que bom que eu estava dormindo então.

- Prefiro quando está. – Faço carinho em sua bochecha, olhando-o.

- Tão carente pelo dono. – Ele dá mordidinhas no meu pescoço, o que me faz rir e eu me contorço contra ele rindo. – Eu só queria testar uma coisa...

- Mentiroso, você gosta é de me observar preso por uma câmera. – Cutuco sua bochecha com um dedo e ele ri.

- Eu gosto, se pudesse te manteria preso e te observaria o dia todo. – Ele diz sério e eu arquejo a sobrancelha, depois ele ri, como ele está sorridente hoje em? Nem parece Vegas. – Por que não disse sua palavra?

- Porque eu sabia que viria logo... Imaginei que não tinha ido mesmo trabalhar. – Deslizo o dedo por seu peito olhando pra baixo. – Você nunca me deixaria sozinho assim, não de novo... – E é verdade, eu dormi tranquilamente, ele tomou todas as medidas, inclusive a câmera, ele nunca deixaria ela lá se não pudesse me observar, algo que não dá pra fazer no trabalho.

- Não, não deixaria. – Ele levanta o meu rosto, e olha em meus olhos. – Nós gostamos de coisas peculiares. – Ele sorri sacana o que me faz abrir um sorriso. – Principalmente em relação ao que nos excita. Mas, eu nunca te deixaria desamparado, não como aconteceu naquela época, se sentindo daquela forma, entende? Hoje, eu te deixei sozinho num quarto, preso como lá, e você tinha a certeza de que eu estava perto, certeza que eu voltaria, mesmo com tudo que eu te falei ontem. Tem noção de como nossa relação evoluiu? – Paro pra pensar nisso, e não não tenho, ele fica mesmo analisando esse tipo de coisa? Caramba acho que não tive pensamentos tão profundos... Achei que toda a questão sexual fosse somente sexual. Ele continua - Da última vez você chorou porque te falei que não merecia dormir comigo... Essa noite você lidou com isso.

Correntes (VegasPete)Onde histórias criam vida. Descubra agora