Vamos embora...

100 14 21
                                    


O chão estava repleto de sangue, ainda era possível ouvir o gotejar insistente dele caindo e aumentando uma outra poça, já que o homem torturado tinha sido arrastado aos socos para uma outra parte da cela. No chão, havia um acúmulo absurdo de unhas, num latão ao lado, dentes estavam em uma pilha que seria quase descuidada, se não tivessem sido colocados um por um ao lado dos alicates ensanguentados.

--- VEGAS ---

Risco novamente sua pele com a faca e Way se contorce gemendo. – Vocês querem uma resposta que não posso dar. – Ele sorri olhando para trás de mim. – Afinal, como está meu menino? – Ele solta uma risada, e nem sei como consegue, estando quase sem dentes.

- Seu menino o caralho. – Kamol tenta se aproximar e Porsche o segura, isso faz Way sorrir.

- Já disse que não tenho nada a ver com o ataque nos armazéns, eu conheço pessoas... – Ele cospe sangue. – Acham que sou o único que queria vocês mortos? – Way ri e passa os olhos por cada um de nós e paralisa. – Ah, vocês não perdem por esperar.

Eu soco sua cara de novo, mas isso só faz com que ele ria mais, esse cara é insuportável, ele cantarola baixinho.

- A estrada para o inferno é pavimentada de boas intenções (Stephen King) – Ele ressalta alto e olha pra trás de mim, me viro de costas pra eles tentando entender, que porra era aquela?

- Saiam. – Charlie diz e eu o olho, ele parece alarmado, completamente em pânico. – Todo mundo, sai, agora.

- Charlie. – Pit o chama e tenta pegar sua mão.

- Sai! – Ele grita.

Babe dá um passo pra trás e eu olho confuso, eu tiro o capote coberto de sangue e saio atrás de todo mundo, nós vamos pra sala da mansão de Kinn e Porsche e eu caminho até Pete.

--- PETE---

- O que está acontecendo? – Pergunto abraçado com Vegas e ele balança a cabeça e me abraça mais forte. – O que houve Vegas?

- Eu prometi que nunca mais iria fazer isso, que nunca machucaria ninguém e olha o que estamos fazendo Pete... Eu não quero ser aquela pessoa, não quero me tornar alguém igual ao meu pai– Ele beija minha cabeça e suspira. – Vamos embora...

- O que? – Pergunto confuso.

- Eu aluguei uma casa na praia, vamos pra lá? – Ele coloca sua testa na minha. – A gente passa uns meses...

- Mas... – Eu o olho sem saber o que responder.

- Sempre vai ter alguma confusão aqui Pete, e você e eu sempre vamos querer nos meter, quero algo nosso, você e eu, vamos? – Ele beija minha bochecha e meu pescoço.

- Assim, do nada Vegas? – Eu estou completamente surpreso.

- Sim, ué. – Ele me abraça mais forte. – eu quero você só pra mim por uns meses, é pedir muito? – Eu ergo a cabeça e seu rosto está coberto de sangue, acho que não, Vegas teve a sensação da minha perda, e depois eu me machuquei de novo, Macau, agora Mitt no hospital, é, a gente nunca tirou um tempo assim, para viajarmos e ficarmos só nós dois.

- Eu nunca fui em uma praia. – Falo e Vegas sorri e me beija.

É quando escutamos o som do tiro, eu arregalo os olhos e me afasto de Vegas, nós corremos em direção as celas e descemos as escadas o mais rápido que conseguimos. Por que diabos deixamos Charlie sozinho.

Quando entro na cela ele está de costas para a gente, a arma em sua mão do lado do corpo, Way está na mesma cadeira, morto, o tiro acertou sua testa em cheio. – Charlie! – Pit o chama e ele permanece lá. – Charlie. – Pit toca em seu ombro.

Ele se vira completamente branco, atônito, Pit pega a arma dele e coloca em cima do latão. – Ele morreu, está morto, finalmente. – Charlie pisca ainda muito aturdido, ele fecha os olhos com força.

Ele caminha vacilante e coloca a mão na parede, sua respiração está muito acelerada e eu troco um olhar com Porsche e com Vegas.

- Gatinho? – Ele o toca e Charlie o abraça forte.

- Eu quero ver o Jeff. – Ele pede fungando e Pit o tira de lá.

- Vamos Pete, vamos pra casa, acabou. – Eu assinto, e Vegas me abraça enquanto saímos da sala.

- Ainda precisamos descobrir o que está acontecendo. – Porsche fala e Kinn assente. – Como Mitt está? – Porsche pergunta e Kamol se aproxima.

- Ele ainda não havia acordado, eu vou voltar pro hospital, queria ter certeza que ele não voltaria. – Ele aponta pra cela. – Bom dia para vocês.

Foi uma grande luta conseguir sair de lá, Charlie demorou cerca de 20 minutos pra entrar no sistema e abrir as portas, apesar de Vegas, Kamol, Macau e os outros tentarem usar as forças, nada resolvia. Quando conseguimos, Mitt já estava inconsciente, e tivemos que correr com ele pro hospital, não precisou de cirurgia, mas as cordas vocais tinham sido danificadas pelas mãos de Mitt, e as costelas também.

Acho que Macau quase terminou de quebrar sua mão, e Kamol voltou porque queria ver o fim de Way.

É de manhã quando Vegas e eu chegamos em casa, eu o ajudo a tirar a roupa e jogo tudo no lixo, nós entramos no chuveiro e eu lavo o sangue do seu corpo, suspiro sentindo seus braços ao redor da minha cintura. – Acabou. – Eu respiro fundo.

- Eu não tenho certeza disso depois da reação de Charlie. – Vegas beija minha cabeça. – Mas, agora, acho que podem resolver isso, não quero te ver machucado de novo, não quero ter que torturar mais ninguém Pete. – Seu tom é um tanto doloroso.

Eu ergo meu rosto pra ele. – Tudo bem... Mas, espero que a casa tenha um quarto legal. – Eu mordo seu peito e ele se afasta gemendo.

- Eu nunca alugaria uma casa sem um quarto cheio de correntes. – Isso me faz dar uma boa risada, nós vestimos apenas cuecas e eu engatinho pro seu colo, brinco com o seu cordão.

- Eu te amo Vegas. – Sussurro, e ele acaricia meu rosto, me deito contra ele. 

- Eu também te amo, Pete. – Ele beija meu cabelo e me abraça forte pela cintura, aproveito seu carinho e respiro fundo, adoro seu perfume, adormeço sentindo-o contra mim. 

-------------------------------------------------------------

Estão sentindo o cheirinho? 

Esse ficou curtinho, é que to preparando umas coisinhas... 

VOTEM E COMENTEM. 

Correntes (VegasPete)Onde histórias criam vida. Descubra agora