O que te tornou tão mau em?

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---PETE---

Acordo meio dolorido pela noite de ontem, encaro Vegas que está sentado num sofá do quarto lendo um livro, encostado em um dos cantos, com uma das pernas para baixo e a outra para cima ele se mantém concentrado, como ele pode acordar tão cedo e ainda ter disposição pra ler? Onde ele arrumou esse livro aliás? Estico meus braços me espreguiçando, fecho os olhos por um segundo.

Pego minha coberta e me enrolo nela, depois caminho até o sofá e me enfio entre Vegas e o livro. – Pensei que iria dormir mais. – Ele fala sem tirar os olhos do livro.

- Eu vou... – Puxo a coberta até o queixo e me encosto nele me virando de lado.

- Na cama, Pete... – Ele beija minha cabeça.

- Lá não tem você... – Eu aspiro o cheiro dele, o que faz com que ele sorria, então ele coloca o livro na mesinha que tem ao lado do sofá, me pega no colo e caminha de volta para cama. – Não...

- Eu vou me deitar com você... – Ele deita na cama, me deixando por cima dele, e faz carinho na minha cabeça. Eu logo adormeço contra ele, e quando acordo novamente estou sozinho, então sinto o cheiro de comida, Vegas raramente cozinha, principalmente depois de eu encher o saco por causa do seu Lámen com muita água.

Vou pro banheiro tomar um banho, porque ainda estou sujo depois da noite de ontem, e me demoro na água quente, então me visto com uma camiseta e uma calça jeans, e encontro Vegas sentado na mesa, mexendo no celular e me esperando para comer.

Passo os braços por seu pescoço e beijo sua cabeça. – Bom dia.

- Oii. – Ele vira a cabeça para cima, me olhando de cabeça pra baixo. – Como está?

- Estou bem. – Sorrio para ele. – Só um pouco dolorido.

- Deixei um analgésico e a pomada perto da cama, você usou? – Ele começa a me servir com a comida.

- Claro. – Digo pegando a primeira colherada de comida, eu nem tinha visto, mas ele ficaria chateado se eu dissesse que não.

- Sabe que eu sei quando mente, não é Pete? – Ele passa o polegar pelo queixo, e eu sorrio, e jogo um beijinho.

Nós almoçamos, em seguida ele sobe pra resolver algumas coisas de trabalho, o esquema que ele teria que fazer na semana que vem, ele trabalhava em vários lugares diferentes, fazendo o treinamento de alguns caras que iriam entrar para a área militar. Por isso sempre fazia isso no sábado, já que o domingo era um dia exclusivamente nosso.

Quanto a mim, eu comecei a mexer com alguns investimentos, e preferia ficar em casa mesmo, passava boa parte do tempo com Macau no início, ele não lidou bem com a morte do pai, apesar de ser um escroto, era a única família que tinham. Então, se ajustar a uma vida parcialmente normal era complicada, atualmente ele estava na faculdade, chegava hoje para passar alguns dias.

Eu pensei por um tempo em trabalhar fora, mas Vegas não curtiu muito a ideia, ainda tinha medo de que o tempo em que fui guarda-costas reverberasse, afinal de contas meu rosto era conhecido. E algum ex-cliente poderia me ver e querer algum tipo de retaliação.

- Chegueeei – Macau grita quando chega em casa, jogando a bolsa e todas suas tralhas no sofá.

- Nem pense em deixar isso ai. – Diz Vegas descendo as escadas e indo abraçar seu irmão, eu estava na sala de TV e me levanto também para abraça-lo.

- Também estava com saudades irmão. – Ele sorri para Vegas que o olha impassível.

- Já almoçou? – Vegas pergunta e Macau responde que comeu antes de ir pra casa, nós conversamos um pouco sobre as aulas que ele anda fazendo na faculdade.

Correntes (VegasPete)Onde histórias criam vida. Descubra agora