Quem decide as regras

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---PETE---

- Você tem 10 segundos para se livrar dessas algemas – Vegas fala no meu ouvido.

Nós estamos no centro de treinamento, hoje é domingo, e por isso não tem ninguém aqui, olho ao redor tentando me concentrar melhor, ficar menos nervoso, mas a verdade é que não consigo, estou enferrujado.

- Me dê mais tempo Vegas... – Peço, e ele só sorri para mim, eu reviro os olhos quando ele solta o cronômetro. Tento de todas as formas, e não consigo soltar as algemas, bufo chateado, quando ele segura minhas mãos para me parar.

- Tempo encerrado, vamos de novo. – Nós estamos nisso há no mínimo meia hora, tenho certeza de que não vou conseguir fazer isso em 10 segundos.

- Vegas! – Peço chateado. Ele está vestindo seu uniforme, e eu estou com um moletom preto, meus pulsos já estão vermelhos por causa da contenção.

- Okay, 30 segundos, então. – Ele dá um passo para trás, sem tirar os olhos do relógio, respiro fundo me concentrando em todas as técnicas que me lembrava – Agora. – Então acelero a minha ação, usando algo que tinha achado no meu bolso para abrir, e que ele não tinha percebido.

- Isso é trapaça. – Ele aponta arquejando a sobrancelha.

- E você queria que eu quebrasse meus dedos para tirar daqui? – Pergunto chateado.

- Não vai ter algo sempre a disposição se for algemado, Pete. – Ele tem aquele olhar de lado, me observando estranho, como se eu realmente fosse correr algum perigo trabalhando internamente.

- Eu estou fazendo trabalho interno, Vegas. – Sorrio docemente para ele.

- Armas então, vai pro estande. – Ele aponta e eu o sigo calado, porque não tem nada que eu faça que vai tornar ele menos persistente em me treinar.

Ele pega a primeira arma e começa a me dar instruções, como se eu fosse leigo naquilo, começo a observá-lo, ele fica bem sexy naquele uniforme, dando aula e tudo mais. Começo a ficar com ciúme dos seus alunos porque devem pensar da mesma maneira.

- É melhor prestar atenção na aula, e não no professor. – Ele diz no meu ouvido, me fazendo arquejar e arrepiar na mesma medida. Olho pra ele assustado.

- Eu...

- Sua vez. – Ele me entrega a arma e eu sinto seu peso, minha mão treme levemente, e miro no alvo, dando o primeiro tiro, que sai totalmente fora de controle. Respiro fundo, e miro novamente. – Pete. – Vegas tenta.

- Calado. – Falo para ele, porque preciso me concentrar. E continuo mirando e atirando com as munições que estão dispostas na minha frente, até que Vegas muda o alvo, e eu continuo, sem falar com ele, sentindo minhas mãos pararem de tremer aos poucos. E continuo, e continuo, frustrado, com raiva, descontando tudo ali.

Imagino o cara que atirou em Vegas, imagino a cena repetidas vezes na minha cabeça, e atiro novamente e novamente, então fecho os olhos e respiro fundo.

- Já chega. – Vegas abraça minha cintura. – Você já mostrou que é capaz, acertou várias vezes no alvo. – Continuo segurando a arma em direção ao alvo quando Vegas abaixa minha mão devagar. – Vamos Pete, já chega.

Ele coloca a arma em cima da bancada e me vira, me puxando para um abraço, então beija minha cabeça. Eu choro contra ele, porque ainda sinto por tudo que aconteceu, porque ficar responsável por ele e por Macau foi muito complicado, então quando tudo sai eu consigo voltar a respirar. Ele me abraça forte, acariciando meu cabelo e me deixando finalmente desabafar, porque por todo esse tempo pensei que tinha que ser forte para ele.

- Eu amo você Pete, muito. – Ele beija minha testa, e depois meus lábios, de forma tenra. Eu respiro seu cheiro, puxando-o para mais perto.

Então, ele fecha as coisas e me pega pela mão para irmos embora – Nós ainda vamos voltar, ainda quero saber como você está em relação a luta.

- Aaaarghhh – Gemo de frustração, ele não desiste nunca, credo.

Nós chegamos em casa e Vegas me dá espaço, creio que por tudo que aconteceu mais cedo, mas de repente me sinto revigorado, como se um peso tivesse saído das minhas costas. As vezes chorar por algo, ou colocar pra fora é o melhor método de alívio, eu estava mesmo precisando disso. Então, quando encontro-o sentado na poltrona do nosso quarto após o jantar, pulo em seu colo, tomo o seu celular da sua mão e jogo pro outro lado.

- Eu estava usando. – Ele aponta para o aparelho.

- Eu não me importo. – Digo desafiador e sorrio. – Você viu como foi hoje? Ficou duvidando de mim, mas eu arrasei, humilhei você. – Falo apontando para o seu peito.

- Eu não duvidei de você. – Ele diz sem perder o tom sério.

- Não importa. – Digo porque ele corta qualquer vibe de zuação. – Porque eu arrasei e você não pode mais falar nada. – Aponto o dedo em seu rosto, sorrindo e enquanto me mexo em seu colo.

- Pete... – Ele me dá um som de aviso e inclina a cabeça me observando, sei que me mexer no seu coloco é provocativo, já estou começando a sentir suas reações, mas também sei me fingir de desentendido.

- O que? – Pergunto, mas dessa vez não consigo manter a cara séria.

- Você está provocando... – Ele passa o polegar contra minha bochecha e eu me deito contra sua mão o que faz com que ele sorria. – Hoje foi intenso...

- Então me faça espairecer... – Eu sorrio, então me aproximo e lhe dou um selinho, sentindo uma mão em minha cintura sua outra mão vai pro meu cabelo, eu passo meus lábios pela sua bochecha e desço até seu pescoço, então lhe dou uma mordida, o mais forte que consigo.

Vegas me agarra pelo cabelo na hora, me puxando para trás, e dá um tapa no meu rosto.

- Realmente vou precisar te amordaçar? – Ele me observa ainda me segurando pelo cabelo.

- Talvez ... – Digo sorrindo, e ele me observa por um tempo, seus olhos ficando escuros e eu penso que finalmente as coisas irão ficar divertidas. Ele me faz levantar, ainda me segurando pelo cabelo, gemo com a força que ele me arrasta, então sou jogado na cama.

- Tire suas roupas e me espere de joelhos. – Ele não dá tempo para que eu responda nada, então apenas tiro tudo e me ajoelho na cama, esperando que ele volte. Vegas não demora, e olho para ele quando entra no quarto, ele me dá um olhar estranho, então abaixo a cabeça, e sinto algo sendo deslizado pelo meu corpo, engulo em seco.

- De quatro, está na hora de te tornar meu bichinho de verdade. – Ele sussurra no meu ouvido me fazendo tremer, me excitando e me deixando com receio na mesma medida. - E te punir por tudo que aprontou hoje... - Ele sorri de lado.

- Mas, eu não aprontei... - Digo sem me segurar. 

- Trapacear é aprontar para mim. - Ele passa a coleira no meu pescoço me puxando para mais perto. - E de qualquer forma, quem decide as regras aqui sou eu. - Ele aperta a correia de forma a me deixar sem ar e eu levo minhas mãos as suas...

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Desculpa o capítulo curto, ando meio cansada. 

E ai? Querem um edit da história? 

Correntes (VegasPete)Onde histórias criam vida. Descubra agora