Com medo, bichinho?

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---PETE---

Me encontro dentro de um porta-malas, eu acho que nunca pensei que isso poderia acontecer, respiro fundo pensando no quanto Vegas está puto, e por um lado isso me causa um frio na barriga. É errado que isso me deixe excitado? Os solavancos do carro me fazem ir de um lado pro outro, sei que ele está fazendo de propósito e tento me segurar da melhor forma possível, ainda estou sem camisa, então minhas costas arranham no carpete.

Eu acho que o caminho de casa nunca foi tão longo. O que a polícia diria se parasse o carro e me pegasse aqui? Dou uma risada pensando nisso.

Quando o carro para eu espero a porta abrir com expectativa, eu adoro o semblante dele quando está bravo, e sei que vai fazer de tudo para me quebrar hoje. A porta se abre e eu ouço sua voz.

- Sai. – Qual é? Nem uma ajudinha? Não estou no lugar para piadinhas, então saio sem fazer alarde, tendo um pouco de dificuldade para descer depois de um tempo no lugar apertado, algumas pessoas ao redor olham estranho para mim descendo do porta-malas e eu fico momentaneamente com vergonha, principalmente vestido assim. Ainda estou pensando nisso quando Vegas me puxa pelo braço e começa a me carregar em direção ao elevador.

Ele me empurra lá dentro sem dizer nada, mal toca em mim, e eu prendo a respiração, porque poucas vezes o vi assim. Nem registro nossa chegada ao andar ou a entrada em casa, o ar é denso, e eu estou extremamente nervoso, Vegas me carrega em direção ao seu escritório, um cômodo que quase não entramos quando ele passou a trabalhar fora e eu estranho.

- Mandei fazer uma reforma aqui enquanto estávamos fora. – Ele sorri pela primeira vez, não é um sorriso bom, um frio toma conta da minha espinha. Quando entro lá, bom, agora temos um lugar sadomasoquista aparentemente, cheio de aparatos, e eu não sei para o que serve metade, tento caminhar, porque estou extremamente curioso. Mas, ele me segura e me mantém no meio do quarto.

Aqui tem um monte de coisas surpreendentes, chicotes, muitos chicotes, muitas coisas que causam dor aparentemente, tento olhar ao redor.

- Quieto, eu já volto. – Ele sussurra em meu ouvido, eu continuo olhando e tentando entender as coisas, uma poltrona muito diferente, uma cruz, uma daquelas paradas medievais de prender as mãos e o pescoço, como diabos isso chama? Arquejo quando sinto a coleira sendo posta em meu pescoço, e dou um passo para trás, Vegas me mantém no lugar, e para na minha frente.

- É assim que você precisa ser mantido... Em rédea curta. – Ele diz passando a guia da coleira e me puxando pela corrente para perto dele, nós ficamos próximos, e ele me beija quando começo a retribuir ele se afasta e eu solto um gemido. Ainda agarrado na corrente, ele me puxa, caminha em direção a outra poltrona, uma no canto, que não havia visto, se senta e me mantém em pé em sua frente.

Sua outra mão tem um chicote, e eu não tenho ideia de quando ele o pegou, engulo em seco sentindo seus olhos me observarem de cima a baixo. – Não sabia das suas habilidades... – Ele se recosta na poltrona, puxando a corrente da guia com uma mão o que me deixa levemente arquejado em sua direção, e balançando o chicote com a outra. – Foi bom saber. – Ele sorri. – Você gostou tanto de fazer isso lá. Vai dançar pra mim, até eu dizer para parar. Entendeu?

Faço que sim com a cabeça, ele alcança um controle do seu lado e liga a música. Me aproximo dele, porque a corrente não me dá espaço suficiente, então começo a me movimentar, a verdade é que é muito mais difícil sentindo seus olhos em mim, principalmente porque nem posso me virar de costas.

Rebolo lentamente, dando um sorriso para Vegas, que me olha de forma completamente insensível, deslizo a mão pelo meu peito e continuo me movendo enquanto fecho os olhos, ignorando seus olhos de julgamento. Me movo o mais sensualmente que consigo, permaneço assim por um tempo, então, me aproximo dele, coloco as mãos sobre a poltrona e deslizo sobre ele, vejo Vergas segurar a respiração e fico feliz de ter algum efeito.

Correntes (VegasPete)Onde histórias criam vida. Descubra agora