Correntes (VegasPete)

PUNIÇÃO 1

PETE

 - Vegas... – Não consigo manter os olhos nele, por alguma razão sinto um misto de sentimentos, o frio na barriga, o medo, o desejo, a expectativa, tudo junto tornando o ar do quarto mais denso, enquanto sinto seus olhos em mim.

- Era isso que você queria, por todos esses meses - Ele fala vindo em minha direção - E eu tentando me comportar. – Caminha ao meu redor e eu fecho os olhos com força enquanto suas mãos passeiam pelos meus ombros, não consigo encontrar nada racional para dizer, me concentro em respirar, já que meu coração bate aceleradamente, como ele pode ficar tão calmo? Esse filho da puta, controlador, tão seguro de si, dominando a situação, como consegue? Por que eu gosto tanto disso?

Ele para atrás de mim e segura minha mandíbula com sua mão direita, me forçando a olhar pra cima, seu polegar acariciando minha bochecha. – Todos aqueles comportamentos eram uma tentativa de ativar meu lado ruim Pete? Você sabe quanto autocontrole eu precisei? – Sua outra mão agarrava com força minha cintura. – Responda.

- Eu.... – Lambi os lábios, odiava que ele estivesse atrás de mim, ao mesmo tempo que tornava as coisas mais fáceis também, não conseguia encará-lo totalmente agora.

- Não vai me responder? – Eu tinha certeza que ele estava com aquele sorrisinho de escárnio e a sobrancelha arquejada, a verdade é que eu não sabia como responder a isso, assumir que sim tinha provocado ele todo esse tempo? Meu cérebro estava em colapso com um turbilhão de pensamentos, e com todo esse tesão do momento quando sua mão desliza aos poucos para baixo, respiro fundo, ele me puxa contra seu peito para me prender ao mesmo tempo em que sua mão atinge minha garganta. – Última chance. – Sua voz é autoritária no meu ouvido, consigo sentir seu pau roçar em minha bunda, ele sente tanto tesão nisso quanto eu, gosta de me ter assim, subjugado, quando não respondo seus dedos fecham e assim permanecem.

Quando ele permite que eu respire ele apenas abre a mão, ainda me mantém preso ao seu corpo, eu engasgo e tusso por algum tempo, enquanto ele faz carinho em minha garganta. – É tão bom saber que controlo até quando respira, e que ama isso. – Ele morde minha orelha. – Suas mãos estiveram soltas o tempo todo, você não lutou contra mim em nenhum momento, só não entendo porque é tão difícil para você falar...

- Ainda me sinto envergonhado. – Digo finalmente criando coragem, ainda sem folego. – Por gostar disso, por sentir falta, e por provocar você. – Ele me gira rapidamente e ficamos frente a frente.

- Nós estamos a meses juntos Pete. – Seu tom é diferente, preocupado.

- Mas, é diferente, o que vivemos antes, e agora, não quero voltar pra aquilo, mas também quero um pouco entende? – Eu não conseguia encará-lo, apesar de estar abraçando-o.

- A entendo. – Ele diz sorrindo e passando os dedos pelas possíveis marcas vermelhas no meu pescoço. – Não será como antes, nós só faremos o que nós dois concordarmos, vamos definir uma palavra segura e tudo mais.

- Tudo bem... – Mordi o lábio, ainda estava com tesão ainda, com mais tesão depois de tudo que tinha acontecido. – Vegas, nós podemos...?

- Não, eu disse que você seria punido bichinho. – Pisquei sem entender como ele conseguia mudar de comportamento tão rapidamente, então ele simplesmente sorriu. – Não achou que eu tinha me esquecido, não é? Fique de olhos fechados. – Encaro-o por um tempo e ele me olha com uma expressão impaciente que me faz obedecer, eu pedi por isso, então...

Ouço ele se afastar por um tempo e me pergunto no que ele está mexendo, mas não ouso abrir os olhos, quando sinto minhas mãos serem puxadas para trás, o metal frio e o click das algemas.