Capítulo 13 - A despedida

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Após termos conversado sobre suas músicas durante o trajeto, finalmente chegamos no prédio onde eu morava com as meninas.

Eu: Tem certeza que não quer dormir aqui? Essa hora, é perigoso andar ou dirigir sozinho em São Paulo. - Abro a porta e desço do carro.

Nattan: Sim, eu não quero que as meninas me matem por estar "roubando" a melhor amiga delas. - Ele ri, também descendo do carro.

Eu: Elas não vão, pode confiar. - Me dirijo em direção ao portão.

Nattan: Por enquanto, prefiro não arriscar. - Ele caminha comigo.

Eu: Tem medo de duas meninas que têm metade do seu tamanho, não sabem nem como funcionam as armas e não sabem usar uma faca, mas, não tem medo de homens armados que podem te roubar tudo, te bater e te largarem nú por aí? Vai entender... - Rio, parando em frente ao interfone e discando o número que ligaria para o interfone do meu apartamento, vendo ele parar junto e me devolver meu fone.

Alguém atende o interfone, era a Mavi. Como ela não era acostumada a dormir cedo, eu já sabia que ela atenderia.

Mavi: Alô? - Sua voz tinha um tom de curiosidade, como se ela quisesse saber quem era.

Eu: Libera para mim, linda. - Antes que eu pudesse falar qualquer outra coisa, Nattan me interrompe.

Nattan: Ela esqueceu a chave porque se concentrou na minha beleza antes de sair! - Ele ri, levando um tapa.

Mavi: E você acha que eu não sei? - Ela ri. - Estou indo liberar, linda! - Ouço um som de beijo, como se ela estivesse mandando para mim, retribuo e ouço a comunicação encerrar.

Nattan: Não queria me despedir de você... - Ele suspira.

Eu: Deixa de drama, garoto! Amanhã, você me verá mais uma vez. - Reviro os olhos, o abraçando enquanto ele ri.

Nattan: Eu sei... Mas eu gosto da sua companhia.

Antes de separarmos o abraço completamente, Nattan me rouba um selinho demorado enquanto apertava minha bunda, me fazendo corar um pouco.

Nattan: Não achou que eu iria embora sem o meu beijo, não é? - Ele ri.

Eu: Idiota. - Rio junto, vendo o portão se abrir. - Tchau, Nattan! - O abraço mais uma vez, mas, dessa vez, com o rosto para baixo e entro no prédio, vendo ele ir embora em segurança e, finalmente, subindo.

(...)

Mavi: Que beijão, hein? - Ela ri, me lembrando do beijo de despedida enquanto eu entrava em casa e tirava meus saltos.

Eu: Cala boca, Lilipe! - Sorrio sarcasticamente, lembrando ela da forma que ela chamou o Felipe por mensagem enquanto ele estava conversando com ela pelo meu celular.

Mavi: Me deixa, cachorra. - Ela revira os olhos e me acompanha até meu quarto. - E aí, como foi? Transaram?

Eu: MAVI! - A repreendo.

Mavi: O que é? Não era você que era louca pra' pegar o Nattan? - Ela levanta os braços, como se estivesse se rendendo.

Eu: Sh... Não chegamos a transar, foi só um beijinho... - Me jogo na cama, deixando todo meu cansaço escapar em um suspiro.

Mavi: Duvido que tenha sido apenas um "beijinho"! É quase impossível juntar dois safados com tara um no outro e não rolar, pelo menos, um beijo de língua. - Ela fala, usando um tom de voz que parecia estar me acusando.

Eu: Não foi aquele beijão, sabe? Foi assim... - Conto os detalhes do beijo e do que rolou depois para ela, vendo ela se empolgar com cada palavra que saía da minha boca. - Até a gente ter decidido que eu não dormiria lá, entendeu?

Mavi: Porra, Clara! Tudo culpa do Felipe. - Sua expressão era de decepção.

Eu: Que nada, eu não estava com intenção de transar com ele. - Olho para Mavi, vendo ela semicerrar os olhos quando eu finalizo a minha frase. - O que foi? Eu realmente não estava!

Mavi: Ah, tá. Vou fingir que acredito. - Seu tom era de deboche. - Amanhã, você chama ele para dormir aqui e, o resto, deixa comigo e com a Gabi... - Ela tinha um sorriso malicioso no rosto.

Eu: Nada disso! Se eu chamar, vocês não vão poder CHEGAR perto dele, 'tá? Eu não vou arriscar deixar ele sozinho com vocês e arruinar minha reputação que, por sinal, não é muito boa.

Mavi: Você está com medo das verdades que nós podemos falar, não é? - Ela joga o cabelo para mim, debochando da situação.

Eu: Sim, estou! Da última vez que eu deixei vocês duas sozinhas com alguém que eu gostava, deu muita merda. - Me sento.

Mavi: Que exagero, a gente nem falou tudo! - Ela revira os olhos.

Eu: Imagina se tivessem falado! - Ela ri da minha cara.

Mavi: Mudando o assunto... Agora, dá para perceber que ele te quer? - Ela arqueia uma sombrancelha, debochando mais uma vez.

Eu: Não! Provavelmente, eu serei só mais uma que ele tenta levar para a cama, mas, não vai conseguir. - Cruzo os braços e fecho a cara.

Mavi: Mas... E se ele realmente gostar de você? Você sempre me diz que as músicas do Felipe não têm nada a ver com a pessoa que ele é e isso é verdade, então, por que você não segue os seus próprios conselhos e dá uma chance para o Nattan mostrar o que ele realmente é? - Ela põe o braço ao redor do meu ombro.

Eu: Ah, sei lá... As histórias que ele conta nas entrevistas, o jeito que ele trata as fãs... É tudo tão... Sinceramente, eu não sei. - Suspiro.

Mavi: Isso se chama: confusão, Clara. Você não está conseguindo processar o que está acontecendo por ser a pessoa que você sempre sonhou em ficar e, agora, provavelmente está conseguindo, certo?

Eu: É... Sim, parece que você tirou palavras da minha boca. - Suspiro mais uma vez, sentindo um peso sair de mim.

Mavi: Sabe o que eu acho que você deveria fazer? - Ela se joga na cama ao meu lado.

Eu: O quê?

Mavi: Se resolver com ele de uma vez por todas! Você não pode perder o amor da sua vida por confusão. Chame ele para conversar, fale o que sente, escute o que ele sente, tente se entender com ele... Acredita em mim, você vai se sentir melhor. - Mavi segura minhas mãos enquanto olha nos meus olhos.

Eu: Mas... E se der errado? - A preocupação toma conta de mim.

Mavi: Não vai dar errado, Clara. E se der, é história para contar, você não pode sofrer por uma coisa que o mundo 'tá cheio, 'né? - Ela ri.

Eu: Idiota! - Gargalho. - Você tem razão... Eu vou tentar. - Vejo um sorriso aparecer no rosto de Mavi.

Mavi: Eu sei, sempre tenho! - Ela joga os cabelos para mim, debochando da situação. - Mas, agora, vou dormir, vou passar o dia com o Felipe. - Ela se levanta da cama e sai do quarto, me jogando um beijo. - Boa noite, linda!

Eu: Boa noite, gatona! - Retribuo o beijo jogado e me preparo para dormir, tendo uma certa dificuldade para conseguir, mas, adormecendo profundamente.

Diferenças - NattanzinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora