Capítulo 36

670 77 6
                                    

Clara narrando

— você disse que quando a gente voltasse eu ia ver a minha mãe, você deu a sua palavra e não  cumpriu, seu mentiroso. — gritei. Já tem quase três meses que ele disse que eu veria a minha mãe e até agora nada.

Walace: baixe o seu tom de voz, porque se eu começar você não vai gostar e outra, não sou mentiroso. —  falou tranquilo.

—  por que você  prometeu e não fez ? — passei a mão no rosto limpando as minhas lágrimas porque eu já estou me acabando de chorar.  —  pegou um cigarro, colocou na boca e acendeu. — já não aguento mais ficar longe da minha mãe eu estou com saudades dela e dos meus irmãos.

Walace: a sua mãe sabe que você é casada com um traficante? — soltou a fumaça pelo nariz. — porque você me disse uma vez que não contou porque ficou com medo da reação dela.

— ela não sabe, porque se souber não vai aceitar, isso nunca. — sentei no sofá ao lado dele. 

Wallace: o seu problema é que não sabe esperar a hora certa, você é  toda precipitada e por causa disso que a nossa relação deu aquela reviravolta toda, que está sendo contornada agora. — passou a mão na barba e deu uma última tragada no cigarro e colocou a bituca no cinzeiro. — desde o dia em que a gente voltou de Angra eu estou fazendo de tudo pra nossa relação se a melhor possível. O problema antes era que não poderia sair de casa, agora pode o problema e que não poderia trazer as amigas aqui em casa, agora pode o problema era um celular pra falar com as pessoas, agora pode. De todos esses problemas — fez aspas com os dedos — eu realmente queria entender qual e o problema. Porque todos os dias eu te vejo falando com a sua mãe por chamada de vídeo.

— por vídeo não e mesma coisa, nunca vai ser. Eu queria ver pessoalmente. — olhei nos olhos dele.

Walace: você e doida ou o que ? Você não está vendo que quase todos os dias estão tendo operação dentro dessa merda de favela.
— gritou. — a minha mente cheia de b.o e você criando caso que não existe.  Se você quiser que ela tome um tiro de bala perdida, pode trazer, já não e mais comigo. Parece que não pensa nas coisas. — levantou do sofá, pegou o fuzil que estava encostado no canto da parede e saiu pela porta, com a cara toda fechada.

Chato, chato esse homem. E porque não e ele que está com saudades da mãe, ele não vai ver ela porque não quer, no meu caso e porque eu não posso, se fosse por mim eu já teria ido ver ela, estou com muita saudades.
Depois que a gente voltou de Angra, tudo mudou mesmo, ele me deu total liberdade pra fazer tudo que eu quisesse. Ele me disse: que não queria  continuar do jeito que estava, que nunca gostou do rumo que o nosso relacionamento tomou. Que nunca foi a intenção viver do jeito que a gente estamos vivendo que não era um relacionamento saudável, tanto pra mim quanto pra ele. Depois de um tempo ele veio caí em si ? Me forçou a continuar com ele depois de tudo que eu descobri sobre ele, que até a data de hoje ele nega a história, de cansada eu parei de perguntar.
Então Aparti desse dia, o nosso relacionamento voltou o que era no começo. Eu posso fazer o que eu quiser dentro dessa favela tenho total liberdade.

Olhei no celular e vir a mensagem que a Ana me enviou hoje cedo, me chamando pra tomar umas cervejas hoje. Hoje é o dia mais calmo desde que começou as operações dentro dessa favela.
Já tem, duas ou mais semanas, que estava tendo operação. Passei esse tempo todo junto com o Wallace e alguns seguranças dentro de bunker na Mata, uma sensação horrível! Nunca passei por algo parecido e estou pedindo a Deus pra não passar por isso novamente.

A gente veio pra casa hoje de madrugada, no casso eu, né ? Porque ele chegou aqui agora e já saiu.

(...)

Ana: vai ficar criando confusão com o teu marido por causa de besteira e ? — olhei pra ela confirmando com a cabeça.

Ele está aqui no whatsapp me enchendo de desaforos, porque eu não avisei que ia sair. Aí tu me diz que liberdade e essa que eu tenho? Porque tudo que eu faço aqui dentro dessa merda ele sabe.

— ele saiu de casa e não me falou nada, quando e na minha vez eu tenho que falar, e ?
— bloqueei o meu celular e joguei na mesa, com tudo. — não mesmo, não vou abaixar a minha cabeça pra ele não!  já basta o que eu tiver que aguentar dele.

Ana: até hoje eu não acredito que você acreditou nas histórias que o Cadu disse. — riu — olhei pra ela seria, sem acha um pingo de graça.

— e claro que eu acreditei, e acreditaria  quantas vezes fosse nescessário. O assunto foi sério! E o que me deixa mais bolada é saber que o marquês não nega e nem assume, me disse: que esse assunto não e da minha conta, que e sobre o passado dele e não tem nada haver comigo pra eu querer saber.

Ana: o pior que ele realmente está certo. O que aconteceu no passado dele ou no seu, não tem nada haver com o relacionamento de vocês. Passado e passado. — olhou pra frente e depois virou pra mim. — esse primo  do seu marido não para de olhar pra cá, né ? Com todo respeito com o seu marido, mas as belezas deles são superiores, viu? Coloca qualquer bofe desse morro no chinelo.

— mas eu acho o meu insuportável mas bonito que esse primo dele. — olhei pra ele que desviou o olhar assim que os nossos olhos se encontraram. Desde os dias lá em Angra que eu não tinha visto ele. — mas voltando ao nosso assunto. — olhei pra ela e depois desviei o olhar para o meu celular em cima da mesa, vibrou e mostrou uma mensagem do Wallace. — ele matou duas mulheres e uma criança. Isso é uma loucura. — falei séria ! — não consigo aceitar uma coisa dessa, não entra na minha cabeça.

Ana: eu não sei em que mundo você está vivendo, mas e melhor voltar pra realidade.
— tomou a cerveja do copo em dois goles. —  você está casada com um traficante e não com um príncipe, entre eles existem uma grande diferença. Não é querendo ser grossa não, mas já sendo. você vevi do tráfico e de tudo que esse meio faz dinheiro. Se ele matou uma criança ou não, pra ele isso não e nada e nunca vai ser. Quem matou uma vez pode matar várias. Desculpa, mas você tem que deixar a hipocrisia de lado.



Capítulo não revisado ⚠️


29/05/2024




Amor  ObsessivoOnde histórias criam vida. Descubra agora