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•EMILLY•
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝



Minha mente estava cheia de problemas para serem resolvidos, mas no momento eu só buscava fugir de tudo.

Sempre gostei que minha juventude fosse composta de festas, bebidas, pequenos casos amorosos, entre várias outras coisas que me dariam prazeres momentâneos. Mas desde o momento em que fui naquela balada comemorar minha confirmação da faculdade minha vida teve outro rumo.

Gostaria de nunca ter pisado naquela festa, de não ter esbarrado com Amanda e nem de ter feito raiva aos meus pais aponto deles me mandarem para aquele trabalho. Aparentemente o destino gostava de brincar comigo e daqui algum tempo quando eu finalmente superar e poder rir de todo ocorrido eu já não vou odia-lo tanto.

Toquei a campainha mais uma vez e uma impaciência começou me atingir. Sabia que meus pais estavam em casa, quando cheguei na empresa eles não estavam lá então provavelmente tinham tirado o dia de folga. Até pensei em ligar para eles para saber do paradeiro dos dois, mas passei o dia preocupada em interagir o mínimo possível com Amanda, só depois me dei conta de que passar um tempo com minha família seria bem melhor do que me meter em uma festa qualquer e me embriagar.

A porta enfim foi aberta e antes de poder cumprimentar a pessoa que me atendia, percebi que não era quem eu imaginava. A pequena monstrinha que vivia aqui me olhou sem entender.

— Emilly, o que está fazendo aqui? — Minha irmã questionou — Pensei que tivesse ido embora de vez, vai ficar voltando sempre?

— Não enche o saco pirralha — Passei por ela e entrei na casa que era tão familiar — Onde está o papai e a mamãe?

— Eles saíram rapidinho, tô com a Laura — Era o nome de sua babá.

— Ela não devia ficar a todo momento com você?

— Na verdade ela acabou dormindo na minha cama enquanto tentava me convencer a tirar um cochilo, não fala para mamãe, ela pode brigar — As vezes esse monstrinho podia ser fofo — Se eu tiver outra babá não vou poder enganar ela para comer os doces que o papai esconde — Ou quase isso.

— Bom, então eu vou embora, tenta não morrer de diabete.

Dei meia volta pronta para ir embora mas senti suas pequenas mãozinhas puxarem a barra do meu vestido. Voltei minha atenção para ela.

— Pode me ajudar a pegar os biscoitos no armário? Não consigo subir — Revirei os olhos e sorri ao vê sua expressão de encrenqueira.

Fechei a porta e fui até a cozinha sabendo perfeitamente onde tinha os doces bons. Antes de sair daqui sempre fazia isso no meio da madrugada, Alicia tinha pesadelos e acabava indo para o meu quarto chorar, a única forma de agradar ela era através de produtos cheios de açúcar, na adolescência eu e Estela fazíamos alguns planos para poder roubar as guloseimas sem sermos descobertas.

— Não se acostuma, só vou fazer hoje porque tô boazinha — Entreguei o pacote de cookies de chocolate para ela. A menina pareceu diante a um pote de ouro.

Nós duas fomos até a sala e nos sentamos no sofá. Olhei para a televisão vendo que ela assistia um desenho sobre animais falantes.

— Você parece estranha, tá tudo bem? — Ela me perguntou se empanturrando de biscoitos.

— Por que tá falando isso? Claro que tô bem.

— Ouvi uma conversa da mãe e do pai, eles falaram que você parecia distante, papai falou que estava pensando em te tirar do seu castigo.

— Ele disse isso?

— Sim, falou que você estava cansada e que a "princesinha" dele precisava se concentrar na escola — Ela revirou os olhos — Mamãe disse que ia pensar mas ele insistiu que você já tinha aprendido a lição... O que você fez para ter um castigo?

Ignorei sua última pergunta e pensei em meu pai que nunca deixava de se preocupar comigo, independentemente da minha idade. Ele sempre foi assim, cuidado e amoroso, claro que minha mãe também era mas diferente de Castiel ela era bem mais rígida. Enquanto eu estava tentando a todo custo conquistar sua amiga e quebrar sua confiança.

Talvez essa briga toda com Amanda tenha servido para me mostrar exatamente isso, o que eu estava fazendo era errado e insistir em algo que era destinado ao fracasso só me colocaria em uma situação pior. Me afastar dela foi o melhor a se fazer.

•AMANDA•
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝



A todo instante minha cabeça parecia disposta a me lembrar de tudo que era relacionado a garota de cabelos castanhos e um sorriso radiante. Nunca em minha vida tinha pensado tanto em Emilly, mas nos últimos dias meus próprios pensamentos pareciam me trair.

Já estava claro que o certo a se fazer era me afastar dela, manter as coisas distantes e profissionais como agora, mas como explicava isso ao meu coração? Pior, como explicar isso ao meu corpo que só parecia disposto a se contentar com ela.

Eu tentava enganar a mim mesma dizendo que isso passaria, que esse receio todo era apenas o meu desejo por algo proíbido e que encontrei isso tudo em Emilly.

A porra da filha do meu amigo, eu estava nesse estado por uma garota que passou a vida inteira sendo invisível aos meus olhos mas que agora era dona de todos os meus sentidos.

O dia tinha sido cheio de clima tenso e tentativas fracassadas de manter alguma conversa com ela. Esperava poder deixar todos esse problemas no escritório mas chegar em casa e me deparar com a minha cama vazia, que de algum jeito ainda guardava o cheiro dela, era desesperador.

Eu queria sua boca, queria seu cheiro, queria seu corpo e por Deus eu queria passar mais noites maratonando filmes e rindo. Eu queria ela e que Castiel me perdoasse, mas não sabia se poderia me manter por tanto tempo afastada.

A Filha Do Meu AmigoOnde histórias criam vida. Descubra agora