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•AMANDA•
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Ter ao seu lado a mulher que se gosta era um paraíso, mas quando se tratava de Emilly não era apenas do céu que estávamos falando, a coisa se tornava um vício. Não tinha um tipo específico do qual gostava, pelo meu histórico dava para notar que quando o assunto era romance passageiro eu tinha uma lista bem diversa, mas as coisas mudaram um pouco com a chegada da filha do meu melhor amigo. Emilly se tornou meu tipo, virou meu mundo de cabeça para baixo e fez com que minha atenção fosse apenas dela.

Me sentia uma viciada quando o assunto era essa garota, pois ela possuía um poder sobre mim tão grande que estava disposta a fazer o que ela quisesse. Era óbvio que não teria força para lutar contra esse sentimento, não tinha como me enganar e desde o exato momento que nos reconciliamos estávamos presas a minha casa matando toda a saudade de uma semana longe.

Meus músculos estavam esgotados, sentia como se tivesse corrido uma maratona, mas a unica coisa que aconteceu foram longas horas de sexo, desde quando tinha tantas dores nas articulações?

— Amanda? — A voz feminina me chamou e não precisei me levantar para saber quem era — Amanda, precisa levantar, não pode dormir a manhã toda.

O vazio ao meu lado foi preenchido pelo peso de outro corpo e assim que me virei tive grande satisfação com o que vi. Emilly estava com os cabelos molhados de quem tinha acabado de tomar banho, seu corpo transmitia um cheiro bom de sabonete e nele havia apenas uma lingerie vermelha, bem curta para o meu gosto.

— Pode esperar mais um pouco? Não estou pronta para mais um round — A garota riu do meu comentário e se aproximou de mim deitando em meu ombro.

— Não te acordei para isso sua pervertida, só temos que sair de casa logo para irmos viajar.

— Viajar? — MInha mente ainda parecia estar dormindo.

— Sim, nós combinamos ontem, se lembra?

As memórias de nossa conversa no escritório ressurgiram e me lembrei de todas as ideias malucas que ela propôs em segundos. Sentei na cama e fiz esforço para me acostumar com a claridade que entrava através da janela.

— Vamos mesmo fazer isso?

— Já está arrependida? — Vi a expressão do seu rosto se tornar triste e rapidamente tratei de explicar minhas palavras.

— Não estou falando sobre conversar com seus pais e sim da viagem, não é melhor irmos depois que conversarmos com eles? Assim poderíamos tirar um tempo para as coisas se acalmarem.

— Acho que precisamos lidar com isso do jeito certo, se fugirmos seríamos apenas covardes por isso — Um sorriso genuíno brotou em meus lábios.

Emilly era maravilhosa, sua coragem era um traço que admirava e que em muitos momentos me fez detestar ela por me fazer gostar tanto de sua personalidade inabalável. Eu estava mesmo prestes a enfrentar meu melhor amigo por essa mulher e sentia que não me arrependeria em nenhum momento.

— Você está certa, vamos fazer isso — Coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e deixei um beijo em sua testa.

— Mas antes tem algo que quero fazer... Preciso contar a Estela primeiro, ela tem que saber disso antes de todos.

— Por quê?

— Porque confio nela e sei que por mais que de início ela possa nos desaprovar, depois terei seu apoio, não consigo esconder mais esse segredo da minha melhor amiga.

— Entendo, faça como quiser, tenho certeza que nada vai separar vocês duas.

•EMILLY•
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝



Encontrar um lugar bom para sairmos da confusão que estávamos a nos meter não foi difícil. Eu sabia que queria um lugar que tivesse uma estadia boa e variadas tarefas para fazermos juntas, o objetivo de sair daqui era nos distrair por isso não queria apenas escolher um quarto e me trancar com Amanda o dia inteiro, mesmo que isso fosse um sonho a gente tinha que começar a parar de fazer essas coisas, íamos perder todas nossas vidas sociais desse jeito.

Mas até não estar lá, não tinha nada que nos impedia de fazer esse tipo de coisa agora. Ficamos uma semana sem nos vermos, tínhamos o total direito de passar alguns minutos matando a saudade.

 — A gente não deveria entrar e pegar suas coisas? — Amanda perguntou entre os beijos.

— Podemos esperar um pouquinho.

Coloquei minha mão por dentro de sua blusa e senti o tecido de seu sutiã  e no mesmo instante ela segurou meus pulsos me impedindo de seguir em frente.

— Desculpa meu amor, mas não está em minha lista ser presa por transar no carro em frente a casa dos seus pais — Olhei para o lado e me lembrei de onde estávamos.

Precisava pegar algumas coisas que estavam na casa em que nasci e de algum jeito teve uma mudança de clima antes mesmo dela estacionar. Como vim parar nessa situação?

— Tem razão, vamos entrar logo e pegar o que eu preciso.

Sai de cima dela e ajeitei minhas roupas amassadas torcendo para ninguém da vizinhança ter visto a gente, apesar dos vidros serem bem escuros duvidava um pouco se tínhamos sido discretas. Eu perdia um pouco da noção das coisas quando estava com ela.

Saímos do carro e fomos em direção a casa entrando com a chave que eu tinha guardada. A casa estava vazia, pelo o que sabia, meus pais estavam trabalhando, minha irmã estava em um passeio e os funcionários tinham ganhado folga, por isso pedi para que a moça que sempre vinha limpar aqui deixasse umas roupas na sala antes de ir embora.

Fui em direção ao cômodo e encontrei a pequena pilha de tecidos, mas antes de ir em frente algo me chamou atenção.

— Que estranho, estou sentindo o cheiro da comida do meu pai — Murmurei notando que a loira prestava atenção a tudo em nossa volta.

— Aqui tá bem diferente desde a última vez que vim, gostei desse sofá novo.

— Bom, já tenho tudo o que precisava, vamos?

Amanda se sentou no sofá e notei o silêncio que estava pela casa, uma ideia ruim surgiu em minha cabeça.

— Sabe, nunca trouxe ninguém aqui — Falei de maneira sugestiva.

— Isso é bom, mas vai ser chocante quando... — Ela parou de falar assim que entendeu o que eu quis dizer — Emilly, nem pense nisso.

Fui em direção a ela e antes que minha chefe pudesse escapar me sentei em seu colo e vi seu corpo ficar tenso. Como se fosse instinto, ela rapidamente levou suas mãos até minha cintura.

— Ainda temos tempo até precisarmos ir.

— Gosto de chegar bem adiantada, então vamos sair daqui logo — Beijei a mulher sem deixar ela se levantar e aos poucos senti seu corpo desistir de relutar — Podemos pelo menos subir para o seu quarto? Nunca entrei nele.

— Não podemos perder tempo.

Deitei ela no sofá e fiquei por cima do seu corpo sentindo suas mãos vagarem minha pele o quanto quisesse, estava agindo como se não tivessemos feito isso a algumas horas atrás. Estava prestes a tirar a blusa quando de repente uma voz me chamou atenção.

— Emilly? — Olhei para a entrada da sala e vi meus pais com expressões de surpresa, logo ao fundo estava Estela.

O que exatamente isso significava?

A Filha Do Meu AmigoOnde histórias criam vida. Descubra agora