A Filha Do Meu Amigo

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•AMANDA•
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝

Sempre observei a maneira em que certas pessoas ficavam incrivelmente saltitantes quando estavam em um novo relacionamento, algo que eu julgava muito. Claro que meu humor ficava bem melhor depois de uma boa foda mas nunca pensei que seria esse tipo de gente alegre, chegava a ser irritante.

O mundo andava tão colorido que minha vista estava até doendo, acreditava que o motivo disso tinha um cheiro marcante, um beijo delicioso e uma boceta que estava me deixando louca da cabeça.

O elevador parou, enfim, em meu andar e comecei a caminhar pelo prédio, alguns funcionários passavam indo em direção a suas salas e quando me viam pareciam um pouco apavorados, sabia da fama que carregava por ser tão exigente mas mesmo assim não deixei de cumprimentá-los educadamente, algo que pareceu ser surpreendente para eles.

Andei até o fim do corredor e um pequeno frio na barriga surgiu ao vê que a porta já estava destrancada indicando que quem eu queria estava dentro da sala. Ansiosa para ver se minhas expectativas seriam cumpridas, abri a porta e entrei me deparando com uma bonita imagem.

Emilly estava sentada em minha mesa me olhando com um lindo sorriso, em sua mão direita um café da minha cafeteria preferida me aguardava. Sem esperar mais nada tranquei a porta e me aproximei agarrando seus labios com os meus.

Seu batom tinha um bom gosto e sua língua tinha o sabor dos chicletes que ela estava sempre mascando. Tive cuidado em não bagunçar seu cabelo enquanto minhas mãos se apoiavam neles.

— Bom dia — Ela murmurou quando me afastei.

— O que está fazendo aqui tão cedo? — Sua mão se estendeu com a minha bebida e eu peguei indo até meu lugar.

— Essa não é a regra? Chegar antes da chefe.

— Bom, nunca imaginei que você conseguiria cumprir ela — A morena revirou os olhos e veio em minha direção.

Me arrumei em minha cadeira para que ela sentasse em meu colo e apoiei minha mão livre em sua coxa descoberta.

— Eu sou uma ótima funcionária, pare de reclamar.

— Seja uma boa funcionária e coloque roupas mais apropriadas — Sem consegui me controlar subi o decote da sua blusa e vi ela se estressar.

— Vamos ter essa conversa de novo? — Ela tentou levantar mas não deixei.

— Sim, nós vamos, por que não pode deixar isso tampadinho?

— As secretárias que você fode se vestem com coisas mais minúsculas que isso e você não reclama de nada — Soltei uma risada com a expressão de nojo que ela fazia.

— Para começar, eu não estou fodendo ninguém — Seus olhos me mostraram uma dúvida — Só você e é exatamente por isso que não gosto que te vejam tão exposta, seu pai também odeia.

— Já disse que detesto quando coloca as coisas nas costas do meu pai, assuma seu ciúmes.

— Não é ciúmes! Isso se chama cuidado, por isso quero que pense muito bem em suas vestimentas daqui para frente — Ela bufou e cruzou os braços sem deixar de colocar um bico na boca, era uma mimada mesmo.

— Você é uma chata.

— E você fica linda emburrada — Suas bochechas ficaram coradas e vi ela amolecer um pouco.

Trouxe sua boca para perto e a beijei delicadamente, Emilly por outro lado não tinha nada de delicada, parecia pronta para transar alí mesmo. Sua mão pegou a minha e senti quando ela a puxou para dentro da saia, impedi rapidamente.

— Nem pense nisso, quero manter a ética no trabalho.

— Amanda — Seus olhinhos fizeram aquela coisa que me fazia querer seder tudo a ela — Só um pouquinho.

— Não, guarde suas energias para nossa viagem — Ela pulou do meu colo e ficou radiante.

— Eu já fiz minhas malas, preciso comprar biquínis novos mas vou resolver isso depois do trabalho.

— Biquínis?

— Sim, o hotel tem várias piscinas e quero explorar todas — Já vi que vou ter dor de cabeça.

Nesse fim de semana iria precisar fazer uma curta viagem para resolver alguns negócios da empresa e por coincidência ficaríamos em um dos melhores hotéis que cuidamos. Isabella era responsável por vários deles, era exatamente com isso que trabalhávamos e como boa desculpa arrastaria Emilly comigo.

— Tá legal, faça como quiser mas vou te pedir uma coisa — Me levantei e fui até ela — Primeiro, não conte a ninguém e segundo... está dispensada o dia todo.

— Por que está me dispensando? Vou conseguir fazer as compras assim que sair daqui.

— Tenho muita coisa para deixar em ordem antes de irmos, mas não vou conseguir me controlar se você estiver aqui comigo — Seu sorriso abriu em malícia.

— Então não vamos ter nenhuma despedida? — a morena tentou me beijar mas me afastei.

— Não, vá comprar seus biquínis e nem pense em nada muito curto.

Pelo seu olhar eu sabia que ela faria exatamente o oposto, Emilly me renderia uma enxaqueca de dias.

•EMILLY•
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Adorava fazer compras, na verdade qualquer oportunidade que tinha eu ia fazer. Se estivesse feliz demais, triste, entediada ou com alguma amiga, tudo era oportunidade para compras. Mas desde que minha mãe cancelou meus cartões me limitei a isso e agora precisava esperar um mês inteiro para um minúsculo salário, teria que ser inteligente em minhas escolhas.

Olhei as lindas vitrines expostas no shopping e analisei minhas diversas opções enquanto Estela tagarelava em meu ouvido através do celular.

≈ Por que vai fazer essa viagem de maneira tão derrepente? Vou sentir saudades — Ela choramingou e pensei em como estávamos afastadas esses dias. Detestava ficar assim com a minha melhor amiga.

≈ Vai ser só um fim de semana, não se preocupe.

≈ E você não está triste por trabalhar com Amanda? Nunca mais escutei suas reclamações — Meu corpo travou com isso.

≈ Bom, têm certos sacrifícios que temos que fazer — O sacrifício era receber uma ótima foda — Mas pelo menos vou poder conhecer aquele hotel lindo que meus pais nunca quiseram me levar.

≈ Por falar nos seus pais, eles aceitaram isso facilmente?

≈ Sim, eles confiam em Amanda de olhos fechados, principalmente meu pai — Isso fazia eu me sentir culpada — O que você vai fazer sem mim esses dias?

≈ Acho que só vou ficar no meu dormitório estudando — A loira sabia ser entediante.

≈ Você é tão chata, por que não aproveita para ir em uma festa? Convida a Catarina, vocês nunca mais ficaram juntas.

≈ Já disse que não temos mais nada, somos melhores como amigas.

≈ Eu ainda acho que você deveria dá uma chance, insista mais um pouquinho.

Estela começou a reclamar comigo sobre coisas que se tornaram inaudíveis ao meus ouvidos. Uma visão do paraíso se colocou em minha frente.

≈ Amiga, depois eu ligo para você — Desliguei o telefonema sem muitas despedidas.

Entrei na loja procurando a peça vermelha que estava na vitrine e me apaixonei pela lingerie que era minha cara. Talvez eu não devesse me concentrar apenas nos biquínis, tinham peças bem mais interessantes.