A Filha Do Meu Amigo

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•EMILLY•
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Foi uma longa semana de tortura tendo que fingir que estava satisfeita em passar dias trancada com minha família. Eu sempre gostei desse tipo de programação familiar, mas aquele não era o melhor momento para isso, tudo o que eu queria estava longe de mim.

Amanda e eu mantivemos nosso contato por telefone, passamos as noites juntas por mensagens e durante o dia fazia esforço para não parecer diferente em nada para os meus parentes. Minha mãe não persistiu sobre o assunto dos meus relacionamentos, mesmo assim aquelas palavras ditas no carro tinham ficado em minha cabeça, me assombrando durante essa semana toda.

E depois de uma longa espera, aqui estávamos nós. Logo pela manhã do domingo, voltei para o campus, mesmo todos insistindo para prolongarmos nosso momento juntos. Eu tinha ficado tempo demais por lá e sinceramente o que eu precisava eles não iriam poder me dar.

— Você nunca me trouxe aqui — Falei para Amanda que me guiava pela multidão.

— É um pouco distante de onde moramos, queria te levar para jantar, mas imaginei que precisava de algo mais animado.

— Você me conhece muito bem — Sorri para ela e enfim chegamos em um canto mais calmo, onde tinha longos sofás.

Nos sentamos perto uma da outra e ela fez os pedidos de nossas bebidas e enfim ficamos tranquilas.

— Como foram esses dias sem mim? — Provoquei juntando nossas mãos.

— Uma grande tortura — Seu tom foi exagerado mas acreditei que no fundo não era mentira.

— O que andou fazendo esse tempo? — Minha pergunta tinha um toque diferente de interesse. Não queria deixar explícito que eu só queria saber sobre com quem ela interagiu nessa semana.

— Ah, aproveitei para sair, conheci algumas mulheres e levei todas para minha casa, coisas do tipo — Revirei os olhos por sua brincadeira e ela riu — Você sabe muito bem o que andei fazendo, você me perturbou as noites inteiras falando sobre isso.

— Você quase chorou para que eu mandasse mensagem — Lembrei do drama que ela fez por ligação dizendo que eu já tinha esquecido de sua existência.

— Você ficou dois dias sem me dar notícias! Minha vontade era invadir aquela casa e te tirar de lá — Ri do seu drama, mas meu peito se aqueceu pela demonstração de afeto.

Aproximei meu corpo do seu e fiz com que sua atenção focasse só em mim. Sem conseguir aguentar mais um segundo, juntei nossos lábios e senti o refresco de sua boca de sempre.

— Senti saudades de você — Sussurrei vendo suas bochechas ganharem cor.

— Nunca mais fique longe por muito tempo — Ela me puxou para um abraço e aninhou meus cabelos.

Seu cheiro fez com que meus músculos relaxassem e de repente nada mais importava ao meu redor, apenas ela e a forma que seus braços me acolheram.

— Emilly, preciso te falar uma coisa — Nos separamos e vi em seus olhos uma preocupação que me deixava com dezenas de ideias na cabeça.

A loira estava prestes a falar, quando de repente uma voz familiar nos tomou atenção e fez com que meus músculos ficassem tensos. O homem à nossa frente não era apenas um desconhecido qualquer, mas sim Samuel, um inconsequente que não deveria ter saído do meu passado.

— Emi? — Senti meu coração subir pela garganta e fiz o possível para parecer distante de Amanda — O que você está fazendo aqui... Com a amiga do seu pai?