A Filha Do Meu Amigo

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•AMANDA•
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Quando estamos apaixonados fingimos pensar sobre o que pode dar errado no nosso romance, mas a verdade é que na maioria das vezes ignoramos as possibilidades ruins, somos levados a tomar decisões baseadas nesses sentimentos intensos.

Fui relutante com Emilly no início, mas no fundo sempre soube que acabaria me entregando a ela e quando enfim tive a coragem de assumir verdadeiramente meus sentimentos, tudo aquilo aconteceu. A briga de alguns dias atrás ainda rondava minha cabeça, as palavras trocadas entre a família, as descobertas que todos tiveram e o olhar que meu amigo me deu, nunca pensei que viria aquela expressão em seu rosto ser dirigida a mim.

Depois de tudo o que aconteceu na casa acompanhei Emilly até a saída e a partir daí notei que um problema causado por segundos afetou grandemente algo em meu relacionamento. Deixei a  morena na faculdade como ela tinha me pedido, não fizemos a viagem e imaginei que isso era pela necessidade dela de querer processar tudo aquilo, sua melhor amiga estava com seus pais, era algo difícil de entender. Mas então, ela sumiu, não respondeu minhas mensagens, não retornou minhas ligações e não quis abrir a porta para mim quando fui até ela, Emilly sumiu levando uma parte do meu coração e deixando sentimentos confusos e desconhecidos comigo.

Eu queria entender em que ponto tinha errado, queria entender como chegamos aquela situação onde os problemas com seus pais afetavam a mim, até que me lembrei do que fiz a ela dias atrás, em como deixei que minha garota acreditasse que o problema em sermos descobertas era inteiramente dela e tentei me aliviar com esse pensamento. Talvez eu estivesse sendo dramática e ela de fato só desejava um tempo sozinha, talvez ela estivesse se distraindo com outras atividades, ou então... ela poderia ter mudado de opinião, talvez eu não fosse boa o bastante para cumprir suas expectativas, talvez esses sentimentos que ela acreditou ter foi apenas coisa momentânea. Talvez tudo isso tenha sido um engano da minha cabeça.

Estava prestes a me sentar no sofá com outra rodada de um balde de pipoca quando de repente a campainha tocou e isso me fez paralisar. O porteiro não tinha ligado para avisar que ninguém estava subindo, então ou era algum vizinho vindo reclamar de algo ou então poderia ser ela. Fui até a porta rapidamente.

Com um certo desespero destranquei a fechadura, mas quando dei de cara com a figura que estava em minha frente senti minhas expectativas mudarem. Castiel me olhou com receio.

— Castiel?

— Oi, Amanda.

•EMILLY•
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Falar com meu pai tinha me abalado, a semana toda foi um caos e todo turbilhão de sentimentos resultava em uma confusão genuína onde eu não sabia mais como reagir.

Descobrir o que estava acontecendo com meus pais e minha melhor amiga foi um golpe inesperado, estava pronta para decepcionar meus genitores com uma notícia difícil mas no fim todos acabaram surpreendidos. As cenas que aconteceram na casa dos meus pais ainda estavam bem frescas em minha mente, conseguia lembrar de cada detalhe em câmera lenta e depois de muitos dias de reflexão onde passei um momento tentando acordar de um pesadelo, acabei me afastando, até que enfim alguém veio até mim.

Meu pai tinha ido conversar comigo, esperava ter que falar com minha mãe, mas fazia sentido que só o Castiel tivesse ido até mim, afinal foi a amiga dele que acabou me pegando, e também podia imaginar como seria um debate com Isabella, ela teria me matado durante o diálogo. Mas não era isso que se passava em minha cabeça e sim sobre todas as palavras que trocamos.