A Filha Do Meu Amigo

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•AMANDA•
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝

Eu não me arrependia por ter dito aquelas palavras a Emilly no dia do jantar, mas isso não era por não gostar da garota, só era questão de responsabilidade, coisa que precisava ter uma vez na vida.

Emilly era o significado de problema, todas suas características, seu jeito, sua personalidade... Ela traria problemas, não só para mim, mas também para si mesma. Eu a desejava, não podia mentir sobre isso, mas tinha que ser a adulta justamente por saber como essa situação acabaria. Já fui jovem e imprudente, já gostei de alguém como eu e esse foi meu grande problema, não deixaria ela passar pelo mesmo.

Fazia uns três dias que eu não a via e apesar desse ter sido meu objetivo desde o princípio, ainda assim sua falta pesava em algo. Não tinha ido atrás de informação sobre seu paradeiro, mas imaginava que ela provavelmente teria implorado aos pais para se retirar de seu cargo.

Suas coisas ainda estavam  em minha sala e por mais que odiasse admitir isso sentia falta de tê-la comigo, mesmo que não falássemos eu ainda conseguia vê seu rosto enquanto estava diante do computador, podia sentir seu cheiro a cada vez que se aproximava minimamente, podia simplesmente a admirar em segredo e agora não tinha mais nada, apenas uma mesa sem ela me relembrando do meu erro que foi ter concordado em contrata-la.

Respirei fundo e tirei meu óculos o deixando na mesa, empurrei levemente a cadeira para longe daquele amontoado de papel e percebi que não estava sendo produtiva no dia de hoje. Detestava me sentir desse jeito, parecia uma cachorrinha que tinha acabado de perder a dona. Emilly era a porra de uma bruxa que me fazia lembrar de todos os momentos com ela só de fechar os olhos, podia até mesmo sentir seus lábios nos meus.

Algumas batidas leves na porta me fizeram despertar e por alguns instantes cogitei a ideia de ser Lara, a funcionária que tinha me envolvido. Por culpa daquela morena dos infernos mais uma vez a rejeitei e dessa vez era por simplesmente não conseguir a tirar de minha cabeça. Poderia me deitar com qualquer uma que fosse, mas no fim não aproveitaria nada pois não seria a dona dos meus desejos.

— Entra! — Tirei esses pensamentos da minha cabeça e me recompus. Fiquei surpresa ao vê o homem que entrou.

Desde o momento em que provei os lábios de Emilly fui incapaz de levar uma amizade com Castiel da mesma maneira que antes. Simplesmente não conseguia olha-lo sem lembrar do gosta da boca de sua filha, era uma tortura.

— Ei, ouvi dizer que você ficou trancada aqui o dia todo, está brava com alguma coisa?

— Não tô brava com nada, só com muita coisa para resolver — Fingi lê alguns papéis.

— Você gritou com um funcionário hoje.

— Precisa de algo? — Cortei ele mostrando que não estava para conversar mas sua única resposta foi um sorriso.

— Trouxe café para você, não andamos almoçando juntos — Ele deixou um copo em minha mesa e foi inevitável não me sentir pior ainda.

Esse era o mal de Castiel, ele era tão bonzinho que me fazia odiar seu jeito. Eu aqui pensando em coisas horríveis com sua filha e ele sendo essa pessoa terrivelmente amável de sempre.

— Desculpa, acho que tô nervosa sim — Peguei o café.

— Ainda está sofrendo por aquela garota? — Meu corpo ficou tenso levemente.

— Não, foi só passageiro como todas as outras.

— Não acredito em você, mas seja o que for se resolva logo, preciso urgentemente conhecer essa azarada que têm te tirado do sério — Ah, você conhecia muito bem — Me ligue se precisar de alguma coisa.