26. Me diga a verdade.

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✦ Kiera
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— e ai eles sumiram em um piscar de olhos. — suspiro, e retiro o brinco da orelha esquerda, colocando-o no porta jóias.

viro-me para a cama onde Seamus me observa atento. Chases está comendo castanhas e tomando uma taça de vinho em pé em frente a janela, e se vira assim que termino.

— somente isso? ele não voltou desde então? — questiona.

— bem... desde que sumiram hoje pela manhã, não os vi mais, então... acredito que ainda estejam por aí. — me jogo na cama, e caio deitada ao lado de meu irmão.

— nossa... papai realmente se abriu contigo. — ele diz. — sabe, ele costuma ser bem sincero, não gosta de mentir.

— sei disso. bom, ao menos ele deixa parecer isso. sempre tão... quieto e tentando manter todos bem. sabe, isto deixa claro que ele é uma boa pessoa.

— e é exatamente por isto que fico instigado. — Chase comenta. — seu pai, que mais detesta mentiras, concorda que o nsp deve ficar em oculto. Mas eles mesmos soltam coisas referentes àquele ano que despertam interesse em qualquer um. Fazem de propósito ou não conseguem evitar? — indaga.

Seam e eu nos entreolhamos após a questão ser erguida por Chase. Isto faz sentido.

— realmente, você possui um ponto. — digo.

— talvez isso seja bem maior do que imaginamos, e eles simplesmente não conseguem esconder. — Seam diz. — algo assim pode ser... perigoso além da conta. e talvez nem esteja tão resolvido assim.

o encaro confusa.

— para eles evitarem tanto... — ele prossegue. — provavelmente isto pode voltar, provavelmente não encerram as coisas direito, e talvez... venhamos a descobrir já já.

Chase vira a taça de vinho completa na boca, então pega a garrafa e a enche mais uma vez.

— esta teoria é a mais coerente. — ele diz. — afinal, eles nos fazem treinar como loucos. Os outros clãs eu entendo, afinal, estão sempre em pé de guerra contra nós ou entre eles. Mas nós.. ah! cinco membros de nosso clã retiram a dunamis de um clã inteiro praticamente.

— o que quer dizer com isso? — pergunto.

— quero dizer que, para exagerarem em NOSSOS treinamentos, tem que haver um inimigo mais poderoso que nossa habilidade. E aqui, e em todos os reinos, nunca houve um que escapasse de um Obsidiana.

— de fato. — Seamus concorda.

— Kiera, nosso clã é o menor em mortes durante os séculos. Em todas as batalhas, guerras, lutas, nunca morremos facilmente. Pelo contrário, muitos se foram por nossa causa, e por isso somos tão... odiados. Ser um Obsidiana é como ter um selo de liberação para viver até os setenta anos no mínimo, porque para nos derrotar, tem que neutralizar nosso poder direito, e qualquer que seja a neutralização, não dura mais do que sete minutos. Ou nos matam na hora, ou morrem.

A razão pelo ódio é esta. E faz sentido. Me sinto mal por saber que os outros perdem bastante dos seus em guerra, enquanto os nossos permanecem bem, mas seria mentira se dissesse que isto não me deixa orgulhosa. Cada vez que citam nossas guerras, batalhas, vitórias, sinto que estou em meu lugar.

— gostou disso, não é? — Seamus ri.

— o quê? — pergunto.

— está sorrindo com cara de tonga. — Chase diz.

Rio, e os dois me acompanham.

— Ah... é legal saber sobre nossas batalhas. — comento.

— as aulas com a vovó estão indo bem, então. — Seam diz.

Quedas de Cristal: DinastiaOnde histórias criam vida. Descubra agora