✦ Aeryn
_________________________O vestido que uso pesa mais do que qualquer um que já usei. Rodeado de camadas cor de rosa com quartzos decorativos, me examino uma ultima vez no espelho do salão principal de nossa casa, e finalmente caminho até o carro.
Minha maquiagem e cabelo estão agradáveis hoje, mas o clima de enterro por saber que irei no território dos vampiros me deixa desconfortável. Um show de atuações acontecerá lá, e só de saber que chegarei sem a companhia de meu pai, me sinto pior.
Entro na limusine e vejo Adrya terminando de se ajeitar, como sempre, não terminou a tempo. Minha mãe caminha apressada e adentra o carro, permitindo que o motorista dê a partida. Ajeito o vestido e ela bufa um pouco irritada.
— por quê demorou tanto, Aeryn? — questiona.
— na verdade, eu já estava pronta. Estava lhe aguardando para entrar aqui.
Ela revira os olhos irritada.
— troque de lugar com Adrya, ela precisa terminar de se ajeitar e o local onde você está é melhor. Rápido.
Obedeço suas ordens, pois é melhor não retrucar. Ultimamente ela tem estado estressada, mas não costumo pensar muito nisso.
Algo vem ocorrido no Conselho real e isto tem me incomodado. Os dias passam e consigo notar maiores preocupações no rosto de meu pai. É certo que ele já tem costume de não estar muito em casa, mas ultimamente, até avoado tem ficado.
Seus atos são voltados unicamente ao rei e ao conselho, até minha mãe tem percebido isso, e isto me perturba bastante, principalmente porque sempre fomos próximos, mas isto ele não me diz, e me faz crer que tenha relação direta ao nsp.
Sinto meu corpo arrepiar ao pensar nisso, e tento focar na vista das ruas iluminadas lá fora.
Tenho tido sonhos estranhos depois que comentamos sobre a tal cachoeira dos desejos. Mantenho contato direto com Stella para pesquisarmos e buscarmos mais coisas. Costumo não dar importância ao que sai da boca de Angel, mas tudo que ela disse sobre a visão, tem martelado na minha cabeça. Jocelyn é o nome mais familiar, e tem ficado vivo em minha memória, como se fosse natural para mim. E os sonhos... ah, tenho costume de ter devaneios estranhos, ou impactantes, mas eles tem ocorrido com maior frequência agora.
Sonhei que um tornado de fogo rodeava meu corpo e era como se as chamas entrassem em minha pele e fluíam vivas em mim. Eram como correntes fluindo por minhas veias, e que tentavam me dominar. Sentia tudo em mim queimar e arder, como se fosse realmente verdade. E o pior, conseguia escutar uma voz longe me gritando para retomar o controle, e perguntando o que eu ansiava e qual meu... ah pare de pensar nisso Aeryn.
Afasto os pensamentos e foco na paisagem la fora. Já adentramos o território vermelho, zona de perigo, lar dos mortos vivos, assassinos atrás de sangue. Aqui costuma ser frio normalmente, mas como estamos no outono e em breve chega o inverno, fica ainda mais gélido.
O carro passa pelas ruas decoradas de Rubi, e finalmente adentra o palácio Wultorch, ou transilvania, como prefiro chamar. Adrya desce primeiro, em seguida minha mãe e por ultimo eu.
Chegamos um pouco atrasados, mas noto que meu pai ainda não chegou com a familia real, então chegamos cedo.
Ter que adentrar estas paredes sufocantes sem a presença dele será difícil. Principalmente se vierem com as famosas indiretas e provocações.
Na teoria, nosso clã e os Rubi deveriam ser aliados, pois ambos sofremos abusos dos Obsidiana e perseguições por séculos, mas temos nossas diferenças. Enquanto eles eram assassinos provocativos, nosso clã sempre fora inocente e nunca mereceu o sofrimento que passou. Outro fato é que quando fomos aceitos, não abaixamos a cabeça para a coroa e sim lutamos para conquistar nossos direitos, e mesmo assim somos acusados e espionados, enquanto eles jogaram palavras manipuladoras e se tornaram "amiguinhos" dos Paccini para se aproximar e tentar roubar o trono. São falsos, sujos, cruéis e mentirosos, pois mesmo sofrendo tudo pelas mãos imunda dos Paccini, se juntaram a eles torturando e espionando todos os que se negam a obedecer ao rei.
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Quedas de Cristal: Dinastia
FantasyKiera finalmente recebe a tão sonhada carta que receberia de seus pais, dizendo que poderia voltar ao Reino de onde saiu ainda bebê. No entanto, a carta chega após a trágica morte de sua madrinha e cuidadora Celine, a qual criou a menina de todo cor...