26. Ele Será Meu

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Han Jisung




Assistir ao treino de basquete foi torturante para a minha mente. Não sabia dizer se era o cansaço, a frustração com Yuna, ou até mesmo o tempo considerável sem alívio, mas Lee Minho parecia intrigantemente interessante de se assistir, especialmente por estar sem a parte de cima do uniforme, exibindo os músculos bem marcados e o suor escorrendo devagar até o cós do short.

— Não pode ser. — Resmunguei e escondi meu rosto com as mãos, tentando regularizar minha respiração e mudar o foco dos meus pensamentos. Até que senti meu ombro ser cutucado.

— Está fugindo de mim? — Ouvi a voz de Yuna e decidi por não levantar meu rosto. — Eu sei que temos muito a conversar.

— Não temos nada a conversar, Yuna. Não é nada tão complicado, não precisa levar mais de vinte segundos. Nosso namoro acaba aqui. — Murmurei, ainda com as mãos em meu rosto.

— Eu imaginei que diria isso. Sabe... Eu estava muito animada para viver experiências novas e achei que com o tempo você também iria querer vivê-las. Você sempre pareceu mente aberta, então achei que podíamos passar pela faculdade e todas as experiências juntos. Não considerei como se sentiria. — Sua voz saiu sincera e eu franzi o cenho, levantando meu rosto lentamente para encará-la. Seu rosto estava neutro, mas eu ainda conseguia ver a sombra de um sorriso maldoso em seus lábios, o que fez meu corpo começar a ferver de raiva.

Yuna não se parecia em nada com a garota por quem me apaixonei no ensino médio, aquela que era meiga e extremamente romântica, que me entregou uma confissão em uma cartinha cheia de corações e pudinzinhos desenhados.

Ela parecia estar com raiva por algum motivo, querendo descontar alguma frustração ou até mesmo se divertindo em me provocar ou testar meus limites.

— Por que não me parece sincera, Yuna?

— Hum? — Ela abriu bem os olhos, fazendo-os parecer como os de um filhote de cachorro. — Estou sendo sincera, pudinzinho. Eu percebi que não estávamos na mesma sintonia assim que se sentou no colo do Lee Minho.

— Perdão? — Pisquei várias vezes, confuso com a sentença inesperada.

— Sempre desconfiei da sua sexualidade, até por conta das nossas... hum... transas.

— Como assim? O que você quer dizer com isso? — Franzi o cenho e me ajeitei no banco da arquibancada, encarando-a sem entender e sem acreditar no rumo que a conversa estava tomando.

— Ah, podemos parar de ignorar o elefante no meio da sala? É óbvio que você é gay. Eu meio que sempre soube, só gostava demais de você para simplesmente admitir e abrir mão. Sabe... — Ela se ajeitou na cadeira também, virando o corpo para o meu lado. — Seu jeito, a forma como lidava com algumas situações e nossas transas demonstravam que não estava tão interessado. Isso, junto com o fato de não gostar de mim especificamente, mostrava que era um erro estarmos juntos. Nossas transas eram até sem graça, você não parecia... querer tanto assim.

— Você me impedia de ser um pouco mais apaixonado, sempre pedia para que tudo fosse devagar e no seu ritmo. — Minha voz saiu com dificuldade, por conta da secura em minha garganta.

— Ah, Jisung, não é assim que funciona. Se gostasse de mulheres, saberia. — Fiquei perplexo com sua falta de filtro e suas ofensas veladas. — Não sentia desejo algum vindo de você. Se tivesse, teria entendido meus sinais. Eu te guiava porque você parecia ter perdido o interesse. Comecei a ficar frustrada com a sua falta de atitude e sua aparente falta de tesão. Eu gosto de você, Jisung, realmente gosto. Te acho gostoso, inteligente, engraçado e divertido, mas... falta algumas coisas. Você não pode simplesmente ficar com raiva por eu ter tentado procurar um complemento. Fiz isso para tentar salvar o nosso relacionamento, até perceber o seu olhar açucarado para Lee Minho e Bang Chan.

Intense And Chaotic | Versão Minsung | EnemiesToLovers ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora