Han Jisung
Aqueles minutos se passaram rapidamente e logo estávamos na cidade vizinha, admirando o céu estrelado e aproveitando a brisa gelada que entrava pelas janelas abaixadas.
Minho sugeriu que eu bebesse um pouco para relaxar, e acabei tomando goles consideráveis do uísque que ele mantinha no carro, isso antes dele tirar a garrafa das minhas mãos.
A bebida que ingeri não foi suficiente para me deixar bêbado, porém foi o bastante para cortar algumas das minhas inibições e pensamentos ansiosos.
Pedi para que ele parasse o carro algumas ruas antes da casa de seu amigo e tomei seus lábios com vontade, misturando o gosto de uísque em minha língua com a menta e nicotina na dele.
Cada beijo compartilhado com Lee Minho era uma experiência diferente. Ele parecia mudar a forma de beijar, parecendo sintonizar com seu humor e se dedicar em aspectos diferentes. Beijar Lee Minho nunca era entediante.
Ele não questionou quando pedi para dar mais uma volta antes de chegarmos ao destino final.
Observei-o dirigir por mais alguns minutos e o fiz rir ao tirar algumas fotos. Não consegui evitar dizer o quanto o achava bonito daquela forma; fumando, com o vidro abaixado e apenas uma das mãos no volante.
Decidi apenas colocar a culpa na bebida, mesmo que eu sentisse que não estava bêbado.
Estacionamos em frente ao estúdio às duas da manhã. Fomos muito bem recebidos pelo amigo de Lee Minho, que era completamente diferente do que eu havia imaginado.
Senhor Park era um homem em seus quarenta anos, com o corpo repleto de tatuagens coloridas e um sorriso amigável.
O estúdio de tatuagem era ao lado da casa dele, me fazendo finalmente entender por que Lee Minho havia decidido ir àquela hora.
O homem não estava sozinho; estava acompanhado da esposa e de alguns amigos. Bebiam batidas de frutas e conversavam sobre a vida de forma leve e quase filosófica.
Eles pareciam confusos com a minha presença, mas não se atreveram a perguntar. Apenas me trataram como parte do grupo e explicaram sobre suas tatuagens, acendendo mais uma vez minha vontade de também marcar meu corpo.
Em determinado momento, Minho comentou que eu deveria tatuar apenas se significasse algo para mim, e eu o questionei sobre a tatuagem de serpente. Um silêncio se instalou no estúdio, e eu quase lamentei por ter perguntado quando Park abaixou a cabeça.
Suspirei de alívio quando Minho caminhou até a cadeira onde eu estava sentado e se agachou a minha frente, deixando nossos rostos quase na mesma altura.
— Meu pai gostava muito de serpentes, coisinha. Ele as tinha por todo o corpo, e eu acabei ficando fascinado por elas. Sei tudo sobre elas. — Pegou uma de minhas mãos e deixou um beijo na palma. — Gosto do significado, do formato e de como me lembram dele. Nosso amigo ali tatuou uma serpente no abdômen do meu pai antes de ele ser executado por engano, no caminho de um dos seus treinos de basquete.
Abri e fechei a boca, sem saber o que dizer, e fiz a primeira coisa que me veio à mente: abracei-o com força, quase o fazendo cair para trás.
— Sinto muito. — Murmurei pausadamente, esperando que ele conseguisse sentir a sinceridade em minha voz.
— Está tudo bem, coisinha. — Ele fez um leve carinho em minhas costas antes de separar nosso abraço e voltar a me olhar nos olhos. — O isqueiro em formato de serpente era dele, e é por isso que eu escolhi o basquete e não a música. Vou me dedicar ao basquete por esses anos antes de atender meu verdadeiro chamado.
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Intense And Chaotic | Versão Minsung | EnemiesToLovers ✔
FanfictionHan Jisung o odiou no momento em que o conheceu. Lee Minho sabia exatamente como testar sua paciência e desmanchar sua postura. Ou, Lee Minho queria bagunçar a vida de Jisung da mesma forma que Jisung havia bagunçado sua mente. "Talvez eu ame o caos...