63. Onde Ele Está?

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Narração



Jisung estava mais uma vez na porta do quarto de Lee Minho, no dormitório vermelho, esperando com seu travesseiro bem apertado contra o peito.

Estava fazendo aquilo a mais de uma semana  mas sempre sentia seu coração bater forte contra as costelas. Sabia que precisava de Lee Minho mais do que estava disposto a admitir, mas ainda assim, não conseguia se afastar.

Os outros jogadores nem questionaram ao vê-lo, já sabendo que ele estava ali para, mais uma vez, dormir no quarto de Lee Minho. Alguns haviam apenas assumido que eles tinham voltado, preferindo não perguntar por causa de suas frustrações.

Alguns tinham uma queda por Lee Minho e outros por Jisung, mas havia um senso comum, como se o grupo tivesse percebido que a relação entre eles era inevitável e impossível de se romper aquele ponto. Os sussurros e olhares trocados refletiam a curiosidade, no entanto, ninguém ousava interromper essa rotina que parecia importante para Jisung.

Foram precisas inúmeras batidas na porta do quarto para ele entender que Lee Minho não havia voltado ainda. Ele deu uma olhada nas horas e decidiu esperar, dado que haviam se passado apenas alguns minutos do término previsto do treino de basquete.

O tempo parecia se arrastar enquanto ele esperava, cada minuto parecia uma eternidade. Ele se sentou no chão frio, com o travesseiro como sua única companhia, tentando controlar a ansiedade que ameaçava tomar conta.

À medida que esperava, sua mente começou a criar inúmeros cenários que não o agradavam nem um pouco. Lee Minho era solteiro, e Han se lembrava muito bem de seu discurso sobre se aliviar, por mais que fosse demissexual e não apreciasse em sua maioria.

As palavras de Minho ecoavam em sua mente e ele passou a se perguntar se ele havia se arrependido de dizê-las. O pensamento de que Lee Minho pudesse cogitar a ideia com a mulher que ele havia visto na lanchonete fazia um desespero se apossar de seu corpo.

Ele se lembrava claramente da cena: a mulher sorridente, o jeito descontraído de Minho, e a conexão aparente entre eles. Cada detalhe parecia uma facada em seu coração, aumentando sua insegurança e sua agonia por não conseguir falar sobre seus sentimentos.

Era confuso e complexo. Jisung não conseguia dizer sobre seus sentimentos com medo de ser abandonado, mas tinha medo de ser abandonado por não conseguir dizer sobre seus sentimentos.

Tentou afastar essas imagens de sua mente, mas elas insistiam em permanecer, uma lembrança dolorosa de que ele poderia ser substituível caso Minho percebesse a bagunça que ele era.

O fato da mulher ter sentado ao lado dele e ter sido tratada com inúmeros sorrisos, carinhos e risadas o deixou preocupado de que o que mais temia tivesse acontecido.

A visão de Minho compartilhando momentos de intimidade com outra pessoa o fez sentir como se estivesse perdendo algo precioso. Jisung não podia deixar de se perguntar se havia algo que ele não havia notado, algum sinal de que estava o cansando.

A ideia de que Minho pudesse estar encontrando felicidade em outro lugar era insuportável, e ele se sentia impotente para impedir que seus medos se tornassem realidade.

Jisung estava lutando contra a própria mente enquanto apertava o travesseiro com força e piscava várias vezes para não deixar as lágrimas rolarem por seu rosto. Cada lágrima que ameaçava cair era uma batalha perdida contra o desespero que tentava sufocá-lo.

Ele desejava ser mais forte, ser capaz de afastar seus medos com a razão, porém a lógica não era páreo para seus traumas.

Sentia-se patético por estar se sentindo traído, sendo que eles não tinham nada oficial. Sentia-se patético por não ter se sentido daquela forma com a traição de Yuna, mas sim com a possibilidade de seu colega de quarto, solteiro e popular, se apaixonar por uma mulher.

Intense And Chaotic | Versão Minsung | EnemiesToLovers ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora