62. Muito Bonita

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Han Jisung



Lee Minho comprou antialérgico e me obrigou a tomar a péssima sopa de micro-ondas, que mesmo amarga e sem sabor, me trouxe conforto por ter sido preparada por ele.

Suas mãos acariciaram meus braços de poucos em poucos minutos e ele também fez questão de ajeitar meu travesseiro toda vez que eu acordava no meio da madrugada, lutando para respirar com o nariz entupido.

Eu esperava que ele repetisse nosso beijo ou que ficasse mais perto, mas, fiel à sua palavra, Minho manteve a distância, cuidando da minha crise alérgica com seriedade. Eu não conseguia decidir se a sua determinação em manter o espaço entre nós era um alívio ou apenas irritante.

Quando acordei na manhã seguinte, fui surpreendido por um beijo suave na testa, acompanhado de palavras que perfuraram meu 

coração.

— Eu me mudei para o dormitório vermelho para que você pudesse entender e começar a lidar com seus sentimentos, Hannie, então não quero que apareça novamente sem uma desculpa válida. — Ele disse, enquanto acariciava meu cabelo, sua mão hesitante como se ponderasse se deveria. Ele então se levantou da cama, passando a camisa pela cabeça e ajustando-a antes de caminhar até a porta. — Não torne mais difícil para mim, está bem? Eu não consigo te dar espaço se você continuar vindo. Estou tentando fazer a coisa certa.

O tom de voz de Lee Minho era de seriedade, uma mistura de frustração e algo mais profundo. 

Me senti envergonhado, como se tivesse sido pego fazendo algo errado, então decidi que tentaria me manter afastado.

Mas, quando a noite caiu, a solidão se instalou novamente. Me virei na cama até as duas da manhã, lutando contra a inquietação que me mantinha acordado.

Por fim, me levantei e segui até o dormitório vermelho, confiante de que ele me deixaria entrar com a minha nova desculpa.

— Jisung? — Lee Minho perguntou, bocejando e piscando os olhos várias vezes para espantar o sono. Ele estava adoravelmente desarrumado, os cabelos bagunçados e o rosto inchado. — O que está fazendo aqui a essa hora?

— O Lily. — Sussurrei, me encolhendo sob seu olhar intenso, que parecia enxergar minhas reais intenções.

— O que tem ele? — Perguntou, franzindo o cenho em confusão.

Afastei a camisa do meu tronco, permitindo que o gato conseguisse colocar apenas as orelhinhas e os olhinhos para fora.

Estava usando uma jaqueta preta por cima de uma camisa branca, onde Lily estava escondido, aconchegado contra o meu peito.

Ao ver Lee Minho, o gato se agitou, as patas se mexendo como se quisesse saltar dos meus braços. O abracei mais firme contra o peito, engolindo em seco ao encarar o olhar quase indecifrável de Minho, que misturava surpresa e algo mais que eu não conseguia identificar.

— Ele está sentindo sua falta. Hum... Estou aqui por ele. Me disse para... cuidar dele. — Murmurei, me balançando em meus pés. 

Lily soltou um miado de descontentamento, ansioso para estar no colo de seu verdadeiro dono.

Minho me deixou entrar, e eu suspirei aliviado ao sentir a tensão sair dos meus ombros. Coloquei o gatinho no chão, e ele imediatamente foi até os pés descalços de Minho, esfregando-se e ronronando alto, como se quisesse expressar toda a saudade.

— Engraçado, eu o vi esta tarde. Não é como se ele estivesse me vendo só agora. — Minho arqueou uma sobrancelha, mas havia um sorriso suave em seus lábios enquanto ele pegava o gato no colo. — Gatinho lindo do papai. — Disse, enchendo Lily de beijos nas orelhas e o segurando junto ao peito. — Um gatinho muito bonzinho. — Afinou a voz.

Intense And Chaotic | Versão Minsung | EnemiesToLovers ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora