Intense And Chaotic | Versão Minsung | EnemiesToLovers ✔

32. Não Precisa

Han Jisung

Me arrependi de aceitar beber com Lee Minho assim que ele sugeriu sair pela janela do quarto, para que não nos questionassem do porquê estávamos indo em direção ao terraço.

A questão é que estávamos no segundo andar, e apesar de não parecer muito alto, poderíamos nos machucar ao cair na posição errada. 

Apesar da loucura de sair escondido sendo um adulto, estava ansioso para sentir o álcool descer por minha garganta. Estava ansioso para fugir do som alto que fazia as paredes e os vidros das janelas tremerem. 

E por mais que eu odiasse admitir, a companhia de Lee Minho conseguia calar as preocupações em minha mente.

— Você só pode estar doido! Estamos no segundo andar! — Olhei mais uma vez pela janela, vendo o gramado bem aparado de repente parecer muito distante de onde estávamos. — Vou acabar quebrando minhas duas pernas.

— Não é tão alto, não seja dramático. — Revirou os olhos e se colocou ao meu lado, para verificar mais uma vez. — Eu já pulei de janelas muito mais altas do que essa.

— E por quê? Na sua casa não tinha porta, não? — Arqueei uma sobrancelha quando um sorrisinho malicioso tomou conta de seus lábios.

— Minha adolescência foi bem agitada. Os papais saíam para trabalhar e as menininhas que se diziam virgens me pediam para escalar a janela. — Mexeu as sobrancelhas de forma cômica e eu contorci meu rosto em uma careta. — Não seja puritano, Han Jisung. Eu era um adolescente cheio de hormônios e elas só queriam se divertir um pouco. Converso até hoje com elas, temos ótimas memórias juntos. — Sorriu parecendo nostálgico.

— Eu não sou um puritano, só acho que tem alguma fixação por sexo. Nunca fiz nenhuma loucura desse tipo. Sexo nunca me interessou a esse ponto. — Revirei os olhos e analisei mais uma vez, tentando pensar se valia a pena todo o risco.

— Acho que é do que você precisa. — Murmurou baixo e eu o encarei sem entender. — Precisa descobrir tudo que não descobriu na adolescência. Às vezes não é pelo ato em si, às vezes é pela descoberta de novas versões e pelas lembranças. — Fez uma longa pausa enquanto analisavamos o gramado. — A vodka ficará mil vezes melhor se formos escondidos. Vamos, jardineira, eu te pego lá embaixo. — Sorriu antes de pular pela janela, sem hesitar ou me dar tempo para pensar em suas palavras.

Pressionei as mãos contra a boca, sufocando um grito quando ele fez uma careta de dor por ter apoiado uma das mãos no chão.

Ele balançou a mão machucada algumas vezes antes de estender os braços em minha direção e flexionar os joelhos. — Você tá é muito maluco! — Mexi meus lábios sem emitir som, com medo que alguém nos escutasse. — Eu não vou! — Cruzei os braços à frente do meu corpo e neguei com a cabeça.

— Deixa de ser medroso! Pula logo! — Mexeu os lábios de forma exagerada e mexeu os dois braços. — Eu te pego!

— Não confio em você! — Mexi os lábios mais uma vez e neguei mais uma vez com a cabeça.

— Ou você pula ou eu escalo e te empurro! — Me lançou um olhar ameaçador e eu cruzei os braços, mostrando que sua ameaça não havia efeito sobre mim. — Eu estou falando muito sério! Anda! Não seja medroso! — Abriu os braços mais uma vez.

— E se eu me machucar? — Mordi o lábio, me sentindo ansioso para ir mas ao mesmo tempo receoso. — E se eu quebrar alguma coisa? Se alguém nos ver?

— Eu que deveria estar preocupado, você não é tão leve como pensa que é. — Revirou os olhos e chutou o ar como uma criança birrenta. — Pula essa caralha logo, jardineira! — Falou em um tom de voz normal, me fazendo arregalar os olhos.