51. Saudades

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Han Jisung



A quinta-feira não havia sido muito produtiva ou corrida por conta da primeira prova do semestre, porém a sexta havia começado bem agitada e confusa.

Lee Minho e eu havíamos acordado cedo e brigado pelo banheiro até eu decidir conferir meu e-mail e ler o aviso sobre o cancelamento das aulas devido à manutenção que não havia sido concluída. 

Lee fez questão de me perturbar por um bom tempo, tendo a ajuda do gato Lily e seu miados, antes de deitar ao meu lado para voltar a dormir e aproveitar a folga extra que havíamos ganhado. 

Estava em um sono tranquilo e feliz, repleto de doces e risadas com Andry e Sophia, até ser acordado por algum objeto atingindo minha cabeça. 

— Vovó?! — Arregalei os olhos ao vê-la ao lado da cama, com a bengala acima da cabeça e uma expressão nada satisfeita no rosto rechonchudo. — Vovó! — Gritei mais uma vez quando ela abaixou a bengala, atingindo-a bem na lateral do corpo de Lee Minho, que se sobressaltou e rolou para cima de mim.

— O que pensa que está fazendo na cama do meu neto? — Perguntou em um tom exigente e bateu mais uma vez em Minho, atingindo sua bunda em cheio. — Você não notou um cara na sua cama, Han Jisung? O que pensam que estão fazendo? Não têm vergonha? — Bateu de leve em meu braço e eu não sabia se ria de Lee Minho tentando se esconder atrás do meu corpo ou se grunhia de dor pela bengala de madeira. 

— A senhora não avisou que viria, vovó. Eu não sabia! — Tentei me justificar e belisquei Minho quando ele conseguiu me virar na cama, me usando como escudo humano contra a ira da vovó Han. 

— Eu avisei sim! — Bateu a bengala no chão e nós nos encolhemos em reflexo. — Você é o cara que perturba o meu neto? Por que está deitado na cama dele assim? Não acha que está indo longe demais? 

— Vovó Han, me deixe explicar? — Minho se levantou da cama, esquecendo completamente que estava apenas de cueca, dado que havia apenas retirado as roupas ao saber do aviso da coordenação. 

— Seu pervertido! Por que está de cueca? Como ousa ficar assim na minha frente? Por que estava com o meu Hannie assim? — Vovó tentou mais uma vez bater nele com a bengala, mas a impedi no último segundo, grunhindo de dor e balançando a mão com a dor do impacto. 

— Ai, vovó! A senhora tem que se acalmar! Estávamos apenas assistindo filme juntos, fomos liberados das atividades hoje e até que... estamos nos dando um pouquinho bem. Ele não me fez nada, eu que deitei na cama dele. Adormecemos no meio do filme, só isso. Se acalme, vovó! — Sorri forçado e sequei o suor das minhas mãos na minha calça de moletom enquanto ela arqueava uma sobrancelha na minha direção, como sempre fazia quando tentava avaliar minha honestidade. 

— Ele me atendeu hoje de manhã e disse que passaria o recado. — Vovó resmungou antes de se virar e cruzar os braços, simplesmente se esquecendo da bengala que nem precisava usar. 

— Aí não tem como te defender, Lee. Poderia ter colocado uma roupa e me avisado. — Cruzei os braços também e o encarei. 

— Você estava dormindo bonitinho, eu não quis te acordar. Não achei que ela iria chegar cedo. E por que parece bravo comigo? Eu que levei um monte de bengalada! — Resmungou e esfregou a lateral do corpo enquanto grunhia de dor. 

— Pode dar mais uma bengalada nele, vovó. — Resmunguei e ela o bateu com a bengala sem pensar duas vezes, fazendo-o me encarar ultrajado. 

— É um grande prazer lhe receber, vovó Han. Vou me retirar antes que decida acabar com a minha vida antes do almoço. — Revirou os olhos e praticamente saiu correndo até o banheiro quando vovó o chamou de insolente e o ameaçou. 

Intense And Chaotic | Versão Minsung | EnemiesToLovers ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora