58. Falhamos

3.2K 470 842
                                    

Lee Minho


O celular de Jisung despertou e só aí percebi que havia ficado um bom tempo o admirando dormir. Vi ele cobrir o rosto com o edredom e resmungar, então me prontifiquei a desligar o alarme estridente.

— Hora de acordar, moranguinho. — Toquei o dedo indicador na ponta de seu nariz.

— Eu não quero ir agora. Estou muito cansado, Min. — Murmurou em um tom chateado, e eu ri fraco. — Eu coloquei para despertar mais cedo do que realmente precisava. Pode ajustar para tocar daqui a meia hora?

— Está bem. — Puxei seu celular e abaixei o edredom para conseguir ver seu rosto. — Olha para cá! — Ri fraco quando ele abriu os olhos rapidamente apenas para conseguir desbloquear o celular com a identificação facial. — Pronto. — Coloquei de volta na mesinha de cabeceira e o abracei por cima do edredom. — Eu preciso conferir os horários dos treinos e comprar ração para o Lily. Vou primeiro, está bem?

— Compra bala para mim? As minhas acabaram. — Deixou apenas os olhos pidões para fora.

— Vai ficar me devendo, coisinha. — Mexi as sobrancelhas provocativo.

— Você me comeu, Lee Minho. Estou em débito com você. Sua dívida comigo nunca será quitada. — Resmungou e se virou para o outro lado.

Ri baixo e peguei Lily no colo, o ninando e beijando entre suas orelhas antes de sair do quarto.

...

— Estamos bem, mamãe. — Murmurei pela décima vez desde o início da ligação. — Fomos no estúdio do senhor Park de madrugada, voltamos ontem à tarde. Não perderemos aula. Já estou em frente ao prédio do curso de História. — Suspirei e abri um enorme sorriso ao ouvir sua declaração de amor para mim. — Eu também te amo, mamãe. Não vou esquecer de te mandar as fotos que tiramos. Beijos. — Desliguei a ligação com um sorriso antes dele sumir completamente dos meus lábios.

— Oi! — Yuna cumprimentou com o rosto sério ao se aproximar, e eu dei mais uma tragada no cigarro, desviando meus olhos para o campo aberto. — Não precisa me responder, eu só quero esclarecer algumas coisas. — Se aproximou mais do que deveria e eu fiz sinal para que ela desse alguns passos para trás. — Vi Jisung no caminho para cá, ele estava com as amigas.

— E daí? — Soprei a fumaça para cima, ainda sem olhar para a mulher.

— Impossível não notar as inúmeras marcas no pescoço dele. Percebi que é uma perda de tempo e que... essa guerrinha que eu mesma criei não faz sentido, já que você claramente gosta dele. Os vi na festa do dormitório vermelho.

— Mais uma vez, e daí? — A encarei com os olhos estreitos e apertei a ponta do cigarro contra a pilastra. — O que temos a ver com o que você pensa ou deixa de pensar? O que temos a ver com o seu tempo perdido?

— Tenho certeza que nada. — Deu de ombros e suspirou alto. — Você pode até ser o atual "alguma coisa" de Jisung... — Fez aspas com os dedos. — Mas não pode esquecer que eu sou a ex. Eu o conheço e sei como ele se sente desconfortável ao me ver tentando alcançar o que "é dele" — Fez aspas mais uma vez e eu franzi o cenho, desconfiando de toda sua ênfase. — Entendi que é inútil e quero que diga isso a ele. Terminei com Max e vou me manter longe do dormitório laranja. Não tenho mais interesse em jogar esse joguinho com vocês. — Pressionou os lábios juntos por alguns segundos, parecendo esperar por alguma reação da minha parte, mas eu mantive meu rosto impassível. — Não demos certo, mas ainda tenho por ele um... não sei bem como nomear. — Estendeu um chaveiro em formato de casinha, com uma única chave. — Tenho certeza que ele se esqueceu, mas quero devolver como uma promessa de não cruzar mais o caminho de vocês.

Intense And Chaotic | Versão Minsung | EnemiesToLovers ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora