II. Autodestrutiva

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Emily:

Aquela conversa no escuro não saia da minha cabeça.

A doutora havia me chamado pouco depois que William entrou na consulta. Ao sair, ele não estava mais lá... Lamentei, pois mesmo que nossa conversa tivesse sido breve, me senti próxima e conectada com ele, como se possuísse algo de especial que me provocou e encantou, além de parecer me compreender.

Esperei pela próxima terça-feira, pois meu planejamento era reencontrá-lo, e caso não acontecesse eu perguntaria a seu respeito na recepção.

William Skarsgård... o rapaz alto e pálido com heliofobia.

Acordei na terça-feira seguinte com a campainha estridente do meu apartamento ressonando e invadindo meu cérebro, me despertando logo cedo.

Cobri a cabeça com o travesseiro e tentei voltar a dormir, estava exausta pois havia ficado até de madrugada compondo um texto literário para a próxima apresentação teatral.

Era inútil, a campainha continuava.

Desistente, levantei irritada. Se fosse Alfred, eu quebraria a cara dele, não me importava que ele fosse o dobro do meu tamanho. Nada me irritava mais que ser acordada sem necessidade, especialmente pelo ex-marido maluco. Ele era bem mais velho que eu, se metia com gente perigosa, nunca prestou. E o pior, era manipulador, só eu tinha consciência do tanto que penei enquanto estive casada.

Pisando duro cheguei na porta, fiquei na ponta dos pés, olhei pelo olho-mágico e não avistei ninguém. Abri com raiva e me deparei com minha meia-irmã, Lola. Era por isso que o olho-mágico não a alcançava, com seus um metro e cinquenta de altura.

- Emily!! - ela exclamou e me agarrou pela cintura, grudando o rosto no decote da minha camisola.

Segurei com firmeza nos seus bracinhos e arranquei-a de mim, empurrando bruscamente.

- Me... Solta! Criatura! O que você faz aqui?? - perguntei ficando vermelha, era tudo o que eu não queria, Lola ao amanhecer na minha vida.

- Não me chama assim... - fez cara de choro.

- Fala logo! O que faz aqui??

- Não grita comigo... Você não deve lembrar, fiz aniversário recentemente. - deu um sorriso que eu não retribuí. - Agora eu tenho dezoito anos! E comecei a trabalhar no restaurante mexicano aqui perto, aquele ali na esquina, sabe??

 - Agora eu tenho dezoito anos! E comecei a trabalhar no restaurante mexicano aqui perto, aquele ali na esquina, sabe??

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- Vá direto ao ponto, Lola.

- Então... esse restaurante fica longe da casa da minha mãe, digo, da nossa mãe. Então pensei em você me dar abrigo, no seu apartamento. É importante pra mim, preciso desse dinheiro pra pagar a faculdade de gastronomia.

Revirei os olhos, com as mãos apoiadas na cintura.

- Você não vai vim morar aqui comigo! Não é seguro, você sabe que o Alfred vive me perseguindo, vai saber se ele te sequestra ou sei lá! Além do mais, ainda não te perdoei pelo que fez com meu...pai! - esbravejei, com uma pontada dolorosa ao citar a palavra "pai".

Obsessão de Sangue || Bill Skarsgård ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora