William:Foi a primeira vez que o sangue de Emily encheu minha boca a ponto de transbordar e escorrer pelos cantos. Até então eu só havia, de fato, "experimentado" com os cortes. Mas essa mordida em seu mamilo me permitiu o privilégio de literalmente beber, e não somente sugar.
Vinha para mim com vigor, potência, quente e saboroso como só ele, descendo pela garganta e saciando minha fome, atiçando meus demônios e me afundando em um mar vermelho de satisfação extrema, feito uma droga com efeito único da qual eu não poderia viver sem. A sensação de poder dilatava cada vez mais, e no fundo eu ouvia uma voz me alertando "Pare"!... "Ela vai morrer!"... "Você está acabando com ela!"... "PARE"... Eu não conseguia!!
Era mais forte que eu... Era um descontrole corrosivo, destrutivo, compulsivo! Precisava parar... Estava tomando toda a sua vitalidade, sua alma, sua vida, sua essência. Estava me alimentando, eu não podia deixar... era tão bom... melhor que as ondas de orgasmo que me afetaram há minutos atrás e eu não fui capaz de conter... era maior que isso!
Percebi que a mão que ela apoiava no meu cabelo tombou sobre o colchão. As batidas fortes em seu peito aumentaram. Estava cada vez mais pálida. Perdeu a consciência. Eu não conseguia...
Meu corpo já relaxado pelo sexo recente começou a ficar entorpecido, minha mente se perdeu. Fechei os olhos e lentamente parei. Minhas forças, não sei como, se esvaíram com o ápice de loucura que o excesso de seu liquido vital me trouxe, e eu apaguei sobre o seu peito.
(...)
Minutos depois, despertei afoito com o som estremecedor de um trovão. Arregalei os olhos e me endireitei de imediato, me pondo sentado na cama. Primeiro olhei em direção à janela - como sempre - estava fechada pela pesada cortina, nenhuma porcentagem de luz invadia. No entanto, eu escutava o barulho de chuva caindo. Trovejava em uma tempestade cortante lá fora.
No quarto imerso em silêncio, só ecoava o dedilhar da chuva e o estralar do fogo da lareira; além de minha respiração assustada, porque eu tinha sonhado com a melhor noite da minha vida. E meu maior medo era ter despertado para um pesadelo.
Abaixei os olhos pra mim mesmo, estava ensanguentado em manchas longas que iam do meu queixo para o tórax, e abaixo de mim... o corpo inerte, nu e branco de Emily. Não foi um sonho.
Peguei-a em desespero, enfiando as mãos debaixo de suas costas e puxando pra mim. O sangue escorreu do seu peito para a barriga, era tanto que encharcava o lençol.
- Emily!! - chamei sem fôlego, me lembrando que a consumi inteira.
Retirei, com a mão trêmula, os fios de cabelos longos e bagunçados que se juntaram ao seu rosto, corri minha atenção em cada espaço da face pálida, ficando aflito a cada segundo.
Macilenta como um cadáver, estava inteiramente mole e solta aos meus braços, sem mover um músculo sequer. Não! Ela perdeu sangue demais!
Procurei por algum sinal de batimento cardíaco, segurando em seu pulso largado à cama, passei o dedão com ansiedade por cima das cicatrizes e das artérias azuladas, encontrei um pulsar agitado. Rangi os dentes, tentei raciocinar. O que faria?? Pra onde iria?? À quem recorreria??
Repousei-a novamente e me levantei, tropecei em meus pés e corri para o banheiro, apanhei no armário o kit de primeiro socorros e voltei à ela. Ajoelhei sobre o colchão e tentei limpar a ferida de seu peito inerte. Em seguida, apressado, coloquei um curativo sobre o mamilo para estacar o sangue.
Morreria a qualquer instante se eu não fizesse algo! Precisaria levá-la ao hospital. Olhei para o relógio grande e antigo na parede, marcava cinco da manhã. Não!! Amanheceria em poucos minutos...
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Obsessão de Sangue || Bill Skarsgård ✓
VampiroDARK ROMANCE+18 William acredita ser um vampiro, essa condição se chama Síndrome de Renfield. Desde que foi diagnosticado, tem vivido uma constante ambiguidade entre a realidade e fantasia. Ao conhecer Emily, uma mulher intensa e sensível, cheia d...