XIII. Predador Sexual

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Emily:

Acordei com uma sensação ruim pelo corpo, estava sonolenta e fraca. Tentei abrir as pálpebras e a mais tênue das luzes machucava meus olhos. Lacrimejei confusa e, não desistente, forcei minha visão buscando compreender onde estava. Era um cômodo branco, desconhecido... era claro demais para ser o quarto de William. Como fui parar ali? Estava tudo tão vago...

Um som repetitivo e automático repercutia ao lado. Um gosto amargo insistia na boca. Minha respiração estava vagarosa, dificultosa.

Me recordava de um sonho que tive, em que eu estava com William no seu quarto iluminado apenas pela chama da lareira. Eu me entregava à ele, literalmente, de corpo, alma e sangue. Onde ele estava? Por que não estava ali comigo?

As noções eram lentas e nada parecia fazer sentido. Tudo se distorcia.

Me lembrava de seu beijo, feroz, mordaz, dominador, capaz de me devorar inteira. Me recordava de seu toque, invasivo, hostil, provocador, capaz de me destruir em um segundo.

E eu me lembrava, com perfeição, da dor. A pontada em meu peito, a carne sendo rompida, o sangue sendo drenado, a vida se esvaindo... Foi um sonho tão bom e eu não queria ter acordado.

- Você acordou. - ouvi a voz de alguém ao meu lado, tentei forçar as vistas, era um homem de avental branco. - Emily Hartzler. Você perdeu um volume alto de sangue. Como se sente?

Tentei falar, mas uma fraqueza tremenda me reprimiu.

- Não se esforce. - o homem disse. - Vai demorar uns dias até se recuperar. Descansa que você está em boas mãos.

Fechei as pálpebras. Queria voltar pra ele, pro William. Pro meu sonho. Facilmente retornei ao escuro. Era um escuro vazio, solitário, frio. Ele não estava lá...

(

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(...)

Passou uma semana e fiquei internada recebendo transfusão de sangue e muito soro na veia, porque perdi 1500ml. Me disseram que tive uma hemorragia de Terceira Classe, ou seja, William basicamente sugou todo sangue do corpo e por pouco não morri.

Como o atendimento médico demorou, eu fiquei sem oxigênio nas células e quase sofri um infarto. Fizeram perguntas cansativas - ao recobrar a consciência por completo - a respeito dos cortes, da ferida no mamilo, de perda sanguínea. A única coisa que eu fui capaz de responder era: "Não me lembro."

Jamais incriminaria William. Não sei o que ocorreu com ele, deve ter se descontrolado, porque me mordeu forte e quase arrancou um pedaço meu fora! Levei três pontos no mamilo esquerdo e a dor era constante, apesar de os remédios intravenosos aliviarem o suficiente.

Obsessão de Sangue || Bill Skarsgård ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora