Em memória da casa

18 2 5
                                    

E já não era mais,
Porque a tinta que descascava,
Descascava da parede velha,
Para mim, era demais.

Porque as janelas que tremiam,
Mais velhas que o tempo,
Com a água que escorria,
Era como a tempestade que ocorria dentro.

A porta antiga que rangia,
Entalhada na velha madeira,
Uma singela palmeira.
Sorridente, de um passado que já não existia.

O armário que mofava,
Resmungava em piedade,
E o musgo que no chão se espalhava,
Lembrava-te que jazia ali um sonho perdido em sua infidelidade.

Corriam-lhe o tempo,
Os ponteiros,
A vida.

Em homenagem à melancolia da minha sofrida avó,
Deixo estas palavras toscas.

Noites estreladas, oceanos contra rochasOnde histórias criam vida. Descubra agora