CAP 14

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A tropa da Rocinha apareceu no baile que estava rolando hoje aqui na minha favela

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A tropa da Rocinha apareceu no baile que estava rolando hoje aqui na minha favela. O baile do Complexo do Alemão era uma referência, um dos maiores fluxos do Rio de Janeiro.

Hoje liberei a entrada para os playboys subirem, eu renderei uma grana boa para nós.

— Milagre que você deixou a problemática da sua mulher vir ao baile hoje — Th falou me entregando um copo de uísque puro. Aquele infeliz queria me matar, só pode.

— Tive que trazer, ela ficou me enchendo o saco a tarde inteira — bufei irritado, dando um gole na minha bebida que desceu rasgando.

— Tu é mesmo um pilantra, não gosta que ela venha para não ficar de olho nas suas amantes — ele respondeu rindo, e eu revirei os olhos.

— Se liga, mano, desde quando isso é da sua conta — falei dando de ombros, ele não mentiu totalmente.

— E falando em amante... aquela ali não é a branquinha que estava contigo lá na boca? — Th aponta com a cabeça e vi a mandada que paga a dívida da mãe. — Pior que ela é gostosa, quer dividir, não, patrão?!

— Se toca, seu prego, aquela ali é só uma dívida para pagar comigo — respondi friamente.

— Então tá liberado — fiquei quieto, lançando um olhar que Th conhecia muito bem, depois que a dívida fosse paga, ele poderia comer à vontade.

Reparei na filha da mãe com um vestido vermelho colado, logo atrás dela tinha uma morena de cabelos cacheados com o short enfiado no rabo. Vagabunda do cão, não tinha postura nenhuma e queria pagar de boa moça para mim, conheço essa laia de longe.

Enquanto eu olhava para aquela mina lá em baixo, senti braços me rodearem por trás, me virei pronto para meter um soco na vagabunda até que vi Paola.

— Onde você estava, amor? Te procurei por um tempão — ela falou se pendurando em mim.

Paola, apesar de ser surtada demais, era uma mulher foda, do jeito que eu gostava. Obedecia caladinha e fazia as coisas do jeito que eu queria. Às vezes, eu tinha que coloca-la no lugar dela quando queria se crescer para cima de mim.

— Estava bebendo uma com os caras ali, qual foi que você já está arranjando encrenca — segurei seus cabelos com firmeza, fazendo-a encarar. — Depois reclama que eu não te deixo vir, porra.

— Você está achando que eu sou boba, é? Você não me deixa vir para ficar de pilantragem com essas vadias — começou com seus surtos. Paola não era nada boba, ela sabia que eu tinha meus lanchinhos por aí, eu tinha que manter as negas no sigilo porque se ela descobrisse não tinha quem separasse.

— Não começa com suas paranóias não, tá — respondi seco, tirando seus braços do meu pescoço.

Paola bufou irritada e foi em direção à pista com suas amigas falsas, quando minha mulher não está de olho, essas piranhas ficam todas acesas com vontade de me dar. Paola estava perto do paredão de som com uma loira oxigenada que eu comi na semana passada, já falei pra ela largar essas amizades falsas que ela tinha, mas a idiota não me ouvia. Não podia negar que Paola era bonita pra caramba, não era à toa que era minha mulher. Só para largar mão de ser boba, hoje eu fiz ela vir de calça jeans porque da última vez ficou pagando calcinha para todo mundo ver. Nem parecia que era casada, mulher minha não anda de roupa curta.

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