CAP 3.

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Hoje o dia passou voando

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Hoje o dia passou voando. Acordei no horário habitual para ir para a escola, levei minha irmã na dela e fui direto para a minha. No caminho, encontrei Luiza.

Minha amiga, como sempre, foi o caminho inteiro reclamando que não aguentava mais estudar. Não discordava dela, porém já estávamos no terceiro ano do ensino médio. Logo formaríamos e finalmente nos livraríamos desse pesadelo.

Mal pisquei e já estava na hora de ir embora. Hoje eu estava mais animada porque ia sair mais cedo do serviço. Hoje eu saía às nove da noite. Como meu trabalho é de segunda a sábado, pelo menos um dia da semana eu saio mais cedo.

Passei a tarde inteira com dor no pé de tanto ficar andando pela lanchonete. Bruna até veio provocar, mas ignorei e saí andando. Não ia dar palco para ela.

Neste momento, estava terminando de arrumar minhas coisas para ir embora do serviço.

— Senhor Dorival, já estou indo, ok. Até amanhã — digo, despedindo-me. O mesmo me dá um sorriso e acena para mim.

— Até mais, minha filha. Amanhã preciso de um favorzinho seu — diz, fazendo-me revirar os olhos em meu pensamento.

— E o que seria? — pergunto.

— Amanhã é dia de eu pagar o aluguel e, consequentemente, é o dia que dá mais movimento na lanchonete. Preciso que você vá até a boca principal levar o dinheiro para mim. Pode ficar sossegada que eu te dou uns trocados a mais — animo-me rapidamente. Todo dinheiro extra é bem-vindo para mim.

— Pode deixar, conte comigo amanhã — digo, saindo pelas portas do fundo. Passo pelo balcão e vejo Priscila com sua cara de sempre.

— Pri, já estou indo. Boa sorte com a  Bruaca — digo, provocando-a.

— Que Deus me dê paciência, porque se me der força eu mato ela — olhamos uma para a outra e caímos na risada. Depois de zoarmos um pouco, finalmente vou embora, indo em direção à casa de Luiza. Se eu não passasse lá hoje, com certeza ela apareceria com uma faca atrás de mim.

Mando mensagem para ela, dizendo que estou indo e que é para ela ir ao meu encontro. Toda quinta-feira eu durmo na casa da Luiza; esse sempre foi o nosso lema desde pequenas. Se por acaso eu falhasse, no outro dia Lu estaria com um bico do tamanho do mundo e resmungando aos quatro ventos que eu era uma falsa, que amiga que era amiga não fazia umas coisas dessas com a outra. Ela fazia uma tempestade em um copo d'água com seu drama.

Mais à frente, vejo Luiza e minha irmã Lavinia, que também dorme lá toda quinta-feira. Lala sempre vai mais cedo quando sai da escola. Minha amiga faz questão de ir buscá-la na porta para não correr o risco de acontecer alguma coisa. Agradeço a Deus por ter pelo menos alguém para me ajudar sempre no que pode, até porque minha própria mãe não faz questão de nada.

— E aí, fedorentas, como vocês estão? — digo, dando um abraço apertado nas duas.

— Fedorenta é você, tá precisando de um banho em — Luiza diz, tampando o nariz após me abraçar.

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