Breno Morais é o traficante mais temido do Rio de Janeiro, dono do complexo do Alemão. Conhecido por sua frieza e violência, ele domina as ruas com mão de ferro. Por outro lado, há Isabel, uma jovem doce e gentil, que encontra beleza mesmo na advers...
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Eu sentia o olhar de BM sobre mim o tempo todo. Ele fez questão de se sentar em uma mesa próxima à nossa, posicionando-se diretamente à minha frente.
Eu o ignorava ao máximo, mas já estava começando a ficar nervosa com a sua constante observação. Ele não estava sozinho; estava acompanhado de um rapaz muito pálido, de quem não faço ideia de quem seja, mas provavelmente é da mesma laia. Para minha surpresa, o outro garoto também não tirava os olhos da nossa mesa.
— Amiga, vamos embora daqui, por favor — suspirei profundamente, tentando evitar olhar na direção deles.
— Isabel, nossa comida ainda nem chegou! Não podemos ir embora só por causa desse idiota — respondeu, me fazendo arregalar os olhos de imediato. Olhei discretamente para o outro lado, certificando-me de que BM não havia escutado nada do que minha amiga bocuda disse.
— Você ficou maluca? Se ele te escutasse, já teria arrumado o maior barraco, sem contar que poderia fazer algo ainda pior — repreendi-a, enquanto ela dava de ombros.
— Sinceramente, ele é um pé no saco. Não sei como você aguenta — Luiza comentou, revirando os olhos.
— Se eu pudesse, nem chegaria... — estava prestes a continuar, quando uma voz masculina nos interrompeu.
— E aí, meninas, essa cadeira aqui está ocupada? — Virei-me rapidamente ao ouvir a voz. Meu queixo quase caiu ao ver o homem à minha frente. Nunca o tinha visto na favela, provavelmente ele não era daqui.
O homem parado diante de mim, a quem eu não conhecia, tinha os olhos verdes mais bonitos que já vi em toda a minha vida. Seu sorriso perfeitamente alinhado, com dentes brancos e covinhas, completava o visual. Ele não era apenas bonito, mas também estiloso e, pelo perfume que eu sentia, muito cheiroso. O Rolex em seu pulso, sem dúvida, indicava que ele tinha uma boa condição financeira.
— Na... não... na verdade, está totalmente vazio — sorri nervosa, percebendo que estava gaguejando como uma idiota. Ele riu genuinamente, provavelmente notando meu nervosismo.
— Desculpe a falta de educação, não me apresentei. Meu nome é Felipe — disse, estendendo a mão para cumprimentar. Quando levantei a minha para segurar a dele, senti-a ser bruscamente abaixada. Meu coração deu um salto ao perceber quem estava ali, pronto para arrumar confusão. Que droga, como fui me esquecer dele?
— E aí, comédia, perdeu alguma coisa aqui nessa mesa? — BM perguntou, com uma carranca enorme, fulminando Felipe com o olhar.
— Calma, cara. Eu não sabia que elas tinham namorado — Felipe respondeu, claramente constrangido.
— Espera aí! Eu não sou namorada de ninguém — Luiza se apressou a dizer. Eu estava prestes a fazer o mesmo, mas BM me lançou um olhar muito significativo: "Se você disser que é solteira, eu te arrebento aqui mesmo", então preferi ficar em silêncio.
