Breno Morais é o traficante mais temido do Rio de Janeiro, dono do complexo do Alemão. Conhecido por sua frieza e violência, ele domina as ruas com mão de ferro. Por outro lado, há Isabel, uma jovem doce e gentil, que encontra beleza mesmo na advers...
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Dois meses depois...
Semanas se passaram desde o incidente no baile, onde BM me forçou a ter relações com ele em um beco sujo.
Muitas coisas aconteceram nessas últimas semanas, mas todas foram negativas. Ainda não me livrei dele, não deixei de ser uma prostituta barata.– era isso que eu era. Se eu recebesse algum dinheiro dele, me sentiria ainda pior do que já me sinto; vender-me seria uma humilhação insuportável.
Com o passar do tempo, imaginei que minha mãe mudaria ao menos um pouco, mas não foi o caso. Ela continua presa aos seus vícios em drogas, e isso tem me prejudicado cada vez mais.
BM deixou claro que, enquanto minha mãe buscasse drogas com ele, eu não me livraria dele.
No fundo, eu sabia que, mesmo que minha mãe não pegasse mais drogas com ele, eu ainda assim não me livraria da mesma forma.
Ultimamente, BM tem se mostrado muito possessivo comigo; não posso, sob hipótese alguma, conversar com outro homem na presença dele, muito menos pelas suas costas. Ele mal me permite sair; é ele quem decide a quais bailes ou pagodes posso ir. A única vez em que não reclama é quando vou trabalhar, pois sabe que preciso desse dinheiro. E isso só acontece porque implorei de joelhos para não me impedir de continuar, e BM só me permitiu seguir trabalhando por um motivo: os dois homens que ele colocou para me vigiar enquanto trabalho.
Não consigo entender qual é o objetivo dele comigo; ele só sabe me insultar e me humilhar. De cada dez palavras trocadas comigo, nove são ofensas e maus-tratos. Se ele não gosta de mim e sente repulsa, como ele mesmo diz, por que então não me deixa em paz para ficar com outras pessoas?
Recentemente, quase apanhei novamente por perguntar por que eu não poderia ficar com outros homens, sendo que ele faz isso. BM agarrou meu cabelo e só não fez pior porque pedi desculpas. Ele me ameaçou, dizendo que, se visse ou descobrisse algo assim, tanto eu quanto o homem com quem eu estivesse morreríamos.
Por mais que eu quisesse, não há muito o que fazer; BM é um homem muito perigoso e frio demais para que eu tente enfrentá-lo. Infelizmente, acabei me acostumando com seu jeito bruto de ser.
Já faz uma semana que minha irmã e eu estamos na casa de Luiza. Nos últimos dias, minha mãe ficou muito agressiva após uma recaída com as drogas; ela chegava em casa gritando e nos insultando, mesmo que não tivéssemos feito nada. Até então, eu não imaginava que ela seria capaz de levantar a mão contra mim. Em um desses dias, Valquíria chegou completamente transtornada, mais do que o normal, e ali tive certeza de que ela não estava apenas usando cocaína.
Lavinia e eu estávamos na sala assistindo a um filme quando ela chegou. Assim que vimos o estado em que se encontrava, fomos para o meu quarto, já prevendo o que iria acontecer. Enviei uma mensagem para Luiza, avisando que iríamos para sua casa. Quando estávamos descendo as escadas, Valquíria me puxou pelos braços e me jogou no chão.