CAP 9

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Alguns dias se passaram desde o momento em que tive que oferecer meu corpo a um bandido para salvar a vida da minha mãe

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Alguns dias se passaram desde o momento em que tive que oferecer meu corpo a um bandido para salvar a vida da minha mãe.

Ainda não estou conversando com ela. Valquíria tentou várias vezes puxar assunto comigo, mas eu só a ignorava. Estou muito magoada, mas sei que logo vou voltar ao normal. Não consigo ficar com raiva da minha mãe por muito tempo, mesmo depois do que aconteceu.

Choro todas as noites quando chego do trabalho e deito a cabeça no travesseiro, pensando o quanto minha vida é uma merda e por que essas coisas só acontecem comigo.

—Tem como você conversar comigo? O que está acontecendo com você, amiga? Faz dias que você está triste e chorando pelos cantos. Não aguento mais ver você assim,— Luiza diz, passando as mãos em meus cabelos enquanto estou deitada em seu colo, choramingando. Ainda não tive coragem de contar a ela o que tive que fazer e aceitar.

—Não quero te contar porque tenho medo de você me julgar,— digo, fungando o nariz.

—É sério, Isa. Você sabe que eu nunca faria isso, independentemente do que você fizer! Me conta o que está acontecendo, quem sabe eu possa te ajudar,— ela diz, e eu me levanto do seu colo e a encaro.

— Infelizmente, isso não tem ajuda. Você não pode fazer nada por mim,—  falo, e ela me encara sem entender. Até que tomo coragem, pigarreio antes de voltar a falar, — Lembra do dia em que minha mãe apanhou dos traficantes... Eu... Eu meio que me ofereci ao BM em troca da vida dela.

Respiro fundo e desabafo tudo de uma vez, o que estava me corroendo por dentro. Luiza ainda fica em silêncio por dois minutos, tentando processar o que ouviu. Já estava ficando incomodada com seu silêncio.

—Fala alguma coisa...— interrompo.

—O QUE? Você fez o quê, Isabel? Me explica isso direito agora mesmo,— ela ordena, completamente brava.

"—Eu não tive escolha,— engulo em seco ao ver a cara dela.

—Como assim?... Só me fala o que aconteceu naquela maldita salinha,— ela respira fundo, virando-se para mim. Conto tudo a ela, desde o momento em que cheguei naquele lugar horrível e tive que ver minha mãe sendo espancada pelos traficantes.

"—A gente vai lá naquela boca agora mesmo, e você vai desfazer esse acordo maluco. Vamos conseguir esse dinheiro e pagar a dívida da sua mãe. Não sei como vamos conseguir, só sei que vamos,— ela diz decidida.

—Você não conhece o BM...

—Não importa, Isabel. Você não vai entregar seu corpo para aquele idiota. Eu não acredito que ele sugeriu isso,— ela responde, completamente furiosa.

—Ei, Luiza, acorda! Não tem essa de desfazer o acordo. Estamos falando dele. Você acha mesmo que ele vai querer voltar atrás? Ele não sugeriu nada, fui eu que me ofereci,—digo, envergonhada.

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