CAP 16

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Enquanto subia as escadas para me encontrar com BM, orava mentalmente para que ele não notasse o roxo disfarçado de maquiagem no meu olho

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Enquanto subia as escadas para me encontrar com BM, orava mentalmente para que ele não notasse o roxo disfarçado de maquiagem no meu olho. Coloquei algumas mechas de cabelo à frente do rosto, tentando amenizar a aparência.

Suspirei fundo antes de abrir a porta, onde vi BM sentado na cama, fumando seu baseado de sempre enquanto mexia no celular. Fiquei parada, esperando que ele me notasse.

— Já vi você aí, fia. Entra logo — escutei sua voz rouca, ainda sem ele tirar os olhos do celular. Fechei a porta e fui em direção ao outro lado da cama.

— Posso saber por que você não foi ao trabalho essa semana? — perguntou, sem se virar para me olhar.

— Como... como você sabe? — perguntei, nervosa, sabendo que teria que inventar uma desculpa.

— Você é burra ou se faz de burra, garota? Esqueceu com quem você tá envolvida? — disse, ainda de costas, esperando minha resposta.

— Bom... eu... como falei pra você, eu fiquei doente — tentei justificar, forçando uma tosse. — Na verdade, ainda estou.

— Vou te dar mais uma chance. Se você mentir de novo, eu te arrebento aqui mesmo, caralho. Tá achando que eu sou otário? — Sua voz subiu de tom, e eu engoli em seco, temendo que ele descontasse sua irritação em mim.

— Eu... eu... — me assustei completamente quando BM se virou abruptamente e segurou minhas bochechas com força. — Por favor... não me machuca.

— Não mente pra mim. Se eu descobrir que você tá mentindo, as coisas vão ficar piores pro seu lado — ele falou com ódio no olhar. — Tu por acaso tava com macho, Isabel?

— Não! Não! Eu não estava com ninguém, eu juro! — As lágrimas começaram a cair enquanto o medo tomava conta de mim.

— Então fala onde você estava. Fui duas vezes na sua casa essa semana e você não tava lá — soltei um gemido de dor quando ele intensificou o aperto.

— Você está me machucando... por favor, me solta e eu te conto tudo — pedi, e BM me olhou, ponderando se deveria fazer o que eu pedi. No final, ele decidiu me soltar e se afastou um pouco. Suspirei fundo, temendo contar a verdade, receosa de que ele pudesse fazer algo contra minha mãe. — Como você já sabe, minha mãe teve uma recaída com as drogas desde aquela última vez. Ela estava ficando muito agressiva em casa e, um dia desses, acabou descontando em mim. Ela queria mais dinheiro para comprar drogas — contei, engolindo em seco, sabendo que ele provavelmente não se importaria com o fato de eu ter apanhado.

— E esse roxo no seu olho, que você tentou esconder com maquiagem, foi ela, né? — Olhei surpresa para ele, sem entender como ele havia percebido.

— Foi... foi ela sim — desviei o olhar quando ele balançou a cabeça, passando as mãos pelo cavanhaque.

— Pode ficar sussa. Mandei dar um corretivo nela no mesmo dia em que ela fez isso contigo — disse com indiferença, e eu me virei para ele, arregalando os olhos.

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