Breno Morais é o traficante mais temido do Rio de Janeiro, dono do complexo do Alemão. Conhecido por sua frieza e violência, ele domina as ruas com mão de ferro. Por outro lado, há Isabel, uma jovem doce e gentil, que encontra beleza mesmo na advers...
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Bufo novamente, começando a ficar irritada com a faláção de Luiza. A mesma estava me atormentando desde o momento em que cheguei hoje na sua casa.
Aconteceu um imprevisto na lanchonete; Dorival não ia abrir hoje, pois ia resolver uns problemas fora do morro. Assim que minha amiga ficou sabendo, já me ligou imediatamente e me chamou para vir para casa dela.
— Vamos, Isabel, comigo, por favor. Juro que compro o que quiser para você por uma semana — Luiza implorou, me chacoalhando na cama. Ela estava toda animada para subir para o baile que vai ter na favela, mas eu estava querendo ficar em casa quietinha. — Nunca te peço nada, se você realmente me ama, faz isso por mim.
— Não vem com chantagem emocional agora, e para de ser cínica, você sempre me pede as coisas — digo, e ela bufa em frustração. — E eu também estou cansada.
— A gente tem que comemorar seu aniversário, foi há alguns dias atrás e não fizemos nada — me lembrou, fazendo-me reconsiderar na proposta.
— Verdade, não é — levanto a cabeça pensativa, e Luiza bate palmas, radiante de felicidade. — Dá uma segurada que eu não disse que ia querida — Luiza revira os olhos indo em direção ao seu guarda-roupa, tirando algumas peças e jogando no chão.
— Larga de ser um bicho do mato e vamos nos divertir pelo menos uma vez — ela disse, tirando um vestido preto de alcinha colado. — Esse aqui vai ficar perfeito em seu corpo.
— Nem pensar, já viu o tamanho disso, um movimento e minha bunda está de fora — digo, negando rapidamente com a cabeça.
— Querida, você não entendeu, você vai e pronto. Deixa de ser essa Isabel certinha que não usa roupa curta, só por hoje vai — diz, e eu reviro os olhos.
— É sério isso? Não pode ser outra roupa — digo, dando um sorriso meigo para ver se ela muda de ideia. — Sacoo! — bufo quando ela nega.
— Vai pro banheiro que eu termino de arrumar seu look — diz, me enxotando com a mão.
Não sei se era uma boa ideia ir nesse baile, nessas festas só acontecem coisas ruins. Do jeito que sou muito sortuda, é capaz de acontecer um massacre só porque estou lá.
Minha vibe não era esse tipo de festa, eu gostava mais de ficar em casa assistindo filme e comendo besteira, muito melhor do que ficar a noite inteira em um lugar apertado com pessoas chapadas de bebidas, várias armas apontadas para cima. Uma loucura só.
Me enrolo na toalha e volto para o quarto de Luiza, a mesma ainda estava escolhendo algumas roupas. Creio que essa deve ser pra ela.
— Depilou a Larissinha, amiga? Vai que hoje você encontra um homem gostoso pra te levar pra casa — sorri maliciosa.
— Luiza! Ficou doida, não vou pra lá pra fazer esse tipo de coisa — digo, com as bochechas vermelhas — Estou indo porque você está me obrigando.
