Breno Morais é o traficante mais temido do Rio de Janeiro, dono do complexo do Alemão. Conhecido por sua frieza e violência, ele domina as ruas com mão de ferro. Por outro lado, há Isabel, uma jovem doce e gentil, que encontra beleza mesmo na advers...
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Respiro fundo pela milésima vez quando o carro é estacionado em frente a um barraco verde desbotado. A casa ficava em uma viela escura; bem que ele falou que era tudo no sigilo mesmo.
Desço do carro e bato a porta com uma força fora do normal.
— Tá achando que é a geladeira da sua casa, caralho? — ele me olha nervoso. Esse homem só sabe xingar, não é? Simpatia mandou lembranças.
— Desculpas — digo a contragosto. Minha vontade era de dar um soco na sua cara, mas eu não estava afim de morrer.
— O chefe tá te esperando nesse barraco verde, pode entrar aí mina — fala ele, e eu assinto com a cabeça, engolindo em seco, indo em direção à porta do barraco. Abro a mesma e logo em seguida entro, subindo a escada.
Minhas pernas tremem enquanto vou em direção ao caminho da morte. Tenho que me segurar nas paredes para não me desequilibrar e acabar caindo dessa escada.
Entro em um corredor pequeno e vejo três portas fechadas. Bufo de frustração e vou abrindo uma por uma. Após abrir as outras duas e ver que não tinha ninguém, eu tinha esperança de que essa terceira também estivesse vazia, que isso tudo fosse um sonho.
Meu coração acelera quando vejo um homem alto de costas para mim e de frente para a janela. O quarto cheirava a maconha; a fumaça que saía comprovava que ele estava fumando.
Passo um bom tempo olhando suas tatuagens das costas, pois o mesmo estava sem camisa. Engulo em seco vendo uma pequena tatuagem da morte ali, me fazendo lembrar com quem eu estava me metendo.
— Vai ficar me admirando que nem uma idiota ou vai entrar logo nesse caralho? — saio do transe quando escuto sua voz grossa.
— Como... como você sabe? — gaguejo nervosa.
— Entra logo, caralho, não tô com tempo pra perder com você — responde ele todo frio, e eu entro no quarto rapidamente. — Tira a roupa.
— O quê... o quê? Mas já? — engasgo nervosa.
— Lógico, tá achando que vai ter um jantar romântico por acaso? Você é só um pagamento da dívida, fia, não confunde as coisas não — fala ele totalmente seco, fazendo meus olhos se encherem de lágrimas. Aquilo certamente tinha me destruído por dentro.
Em silêncio e com o choro entalado na minha garganta, começo a tirar minhas roupas.
Apesar de não ter muito dinheiro como antes, nunca deixei de me cuidar. Sempre lavo meus cabelos e me depilo em casa com as coisas que Luiza sempre me dá. Por sorte ou azar, eu me depilei inteirinha; meus cabelos lavados estavam com cheiro bom de morango, sem falar do perfume que eu passei de Luiza depois de tomar um banho. Parecia que meu corpo já estava adivinhando o que ia acontecer.
Cubro meus seios com uma mão e a outra tapo minha intimidade. Minha cara estava formigando de tanta vergonha que eu estava. Só fiquei assim duas vezes na frente de um homem, e ele era meu namorado.