Cap. 5 - O castelo

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O castelo do Sonhar proporcionava uma visão de tirar o fôlego. Suas altas cúpulas de pedras eram únicas, adornadas com estilos arquitetônicos de diversas culturas. À sua frente, existia uma imensa ponte sustentada por pilares em formato de mãos, suspensa sobre um fosso de águas azuis escuras.

Eu ainda estava absorta com tanta beleza, quando senti as algemas serem tiradas dos meus pulsos.

— Por aqui! — O rei fez sinal para que nos dirigíssemos à entrada daquele monumento. Novamente, ele estendeu a mão em minha direção, e eu deixei que a palma da minha deslizasse por seus longos dedos e fosse acolhida por eles.

Começamos a andar devagar, vendo algumas pessoas que observavam o lago abaixo da ponte. Alguns estavam de passagem, indo em direção oposta a nós. Olhei para trás e notei que uma cidadezinha circundava o castelo, mas vi apenas os telhadinhos afastados.

— Aqui é tão lindo! — Sorri para ele, ignorando o fato de que todos começavam a nos olhar.

— Milorde! — Um senhor de certa idade, com roupas elegantes, tirou o chapéu para cumprimentá-lo. — Senhorita! — Se virou para mim.

Morpheus fez um aceno de cabeça e adentrou os portões do castelo. Quando passamos por eles, me deparei com um salão gigantesco, igual aqueles salões de bailes antigos.

As paredes tinham pinturas renascentistas e o piso era vermelho carmim.

— Uau! — Deixei escapar, maravilhada. Eu me sentia pequena em comparação com toda aquela opulência.

— Majestade, o senhor retornou! — Assim que chegamos num longo corredor, circundado por grandes arcos, um ser com corpo de espantalho e cabeça de abóbora falou.

Na hora apertei a mão de Morpheus, que percebeu a minha apreensão.

— Mervyn — ele se dirigiu ao ser — essa é minha amiga Chloe!

— Olá, senhorita! — Ele se abaixou em reverência. Depois do susto inicial, até parecia fofo.

— Oi Mervyn, me desculpe a má impressão! — Como bruxa, eu já tinha visto bastante coisa, mas algumas delas ainda me surpreendiam.

— Morte passou por aqui! Ela deixou um bilhete no seu quarto, senhor! — Mervyn se voltou para Morpheus e sua expressão ficou preocupada. O rosto dele parecia aquelas abóboras do Halloween, mas se mexia, falando e piscando.

— Tudo bem, Mervyn, diga a Lucienne que voltei. Peça a ela que venha até a sala do trono com Matthew. — O rei ordenou e Mervyn voltou a se curvar a ele. Passando por nós, logo em seguida.

Caramba, ele realmente era um rei.

Voltamos a caminhar e eu não queria que ele soltasse a minha mão.

— E agora, o que vamos fazer? — Meus olhos vasculharam os portais que levavam do corredor para jardins laterais fascinantes. Um deles, tipicamente japonês, tinha um lago cheio de carpas alaranjadas. Me deu muita vontade de parar ali.

— Ana precisa do que para a magia de proteção? — A voz de Morpheus era cautelosa.

— Como sabe disso?

— Apenas deduzi! — Ele garantiu.

Quis soltar a mão dele, mas o rei não deixou.

— Um fio de cabelo do antigo papa. Um não, dois! — Eu precisava que ela protegesse Miranda também, já que ela era minha sócia e melhor amiga.

— Posso conseguir isso ainda hoje. — Ele garantiu, assim que chegamos no salão do trono.

O lugar tinha um pé direito impossível de definir. Em seu centro, uma escada curvilínea levava até o majestoso trono de metal, cercado por vitrais de cristal colorido, por onde a luz passava emitindo tonalidades magníficas.

Just Like a Dream (Sandman)Onde histórias criam vida. Descubra agora