Cap. 19 - Um olhar tão escuro e ameaçador quanto eu me lembrava

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Morpheus

Levar Chloe para o meu castelo foi a parte fácil!

Enquanto uma chuva torrencial caía do lado de fora do castelo, a feiticeira andava pelo meu quarto, olhando tudo como se estivesse ali pela primeira vez. E, de certa forma, ela estava!

— Você já esteve aqui algumas vezes! — Ela olhou para trás, pensativa. Agora, estava parada próxima a cama, um pouco distante de mim.

— Me lembro de estar aqui! — Ela apontou pra minha cama.

Ah, garota, você não sabe de nada!

Ela mal podia imaginar COMO esteve naquela cama.

— Naquele dia, eu achei que tudo estava terminado.

— Você é sempre assim, tão dramático? — Ela deu um sorrisinho provocativo.

— Sempre me dizem isso. Acho que faz parte de ter um reino de pesadelos.

— E sonhos também. — Ela argumentou, se sentando finalmente na cama.

— Você fica bem aí! — Tentei não deixar a minha voz denunciar como ela me deixava nervoso, mas talvez não tenha dado certo.

— Por que você está tão longe? — Ela fez sinal para que eu me aproximasse.

Saí do batente da porta e fui caminhando devagar. Meus olhos, traidores, estavam sobre os seios dela, que eram evidentes devido ao vestido transparente.

Lá fora, estava chovendo sem parar, como não acontecia a um bom tempo. Talvez, aquela confusão de raios e trovões fossem parte do meu eu atormentado.

— Meus olhos estão aqui! — Ela apontou para eles, bem humorada. Parecia tão... tranquila.

Aquele medo que vi nos olhos dela, quando chegamos, havia desaparecido.

— Não consigo evitar, me desculpe! — O sorriso dela ficou ainda maior.

— Eu não acredito que nós já tivemos um caso. — Ela falou assim que puxei uma cadeira e me sentei de frente para ela. Perto o bastante para falarmos baixo e distante o suficiente para não nos tocarmos.

— Caso? Não sei se essa é bem a palavra.

— E como você chamaria? — Ela cruzou as pernas, atenta.

— Eu chamaria de ... — Não sabia do que chamar. — Você chamou de namoro, na época!

— Eu chamei? — Ela parecia envergonhada. — Não consigo me imaginar dizendo isso para você.

— Pois é, eu não sou o mais popular da família ... — era de se esperar que uma bruxa, tão conhecedora do seu poder e da sua natureza, ficasse longe de uma criatura fria e sombria como eu.

— Não faz essa carinha! — Ela estava me olhando de um jeito pesaroso.

— Que cara?

— Cara de cachorrinho que caiu da mudança! — Chloe deu um sorrisinho, mas sem humor agora.

— É a primeira vez que alguém ... — antes que eu pudesse terminar de falar, ela se levantou e ficou de frente para mim.

— Minha cabeça está estranha. — A bruxa parecia um pouco pálida, mesmo sob a luz da lua que nos iluminava bem. Ela passou as pernas pelas minhas, sentando no meu colo e apoiando sua cabeça no meu ombro.

— Nossa, estou tonta! — estava tremendo.

— Tudo bem, vai ficar tudo bem! — Toquei o cabelo dela. Seu cheiro era de maçã e álcool. Em algum momento, ela deve ter bebido.

Just Like a Dream (Sandman)Onde histórias criam vida. Descubra agora