Cap. 17 - Pensamentos

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Carta de Chloe para sua madrinha, Ana

Madrinha;

Escrever poemas, para mim, é antes de mais nada acessar o interior com belas palavras, mesmo que muitas vezes eu não encontre aquelas capazes de expressar tudo o que sinto.

Durante todo o ano, tenho escrito sobre Morpheus. É estranho perder a memória e ter que lidar com o que vem junto a isso. Às vezes, me sinto triste e nem sei o motivo, já que o bar vai bem e nunca ganhei tanto dinheiro como agora.

Será que o dinheiro compra tudo? Tenho percebido que nem sair de casa é possível, para se conquistar essa quantia toda. No fim, acho que estou trocando tempo de vida por uma quantia que nem chegarei a gastar.

A verdade é que estou esgotada, física e mentalmente!

Não te culpo por isso, e espero que essa carta a encontre bem. Mas existe um sentimento constante de culpa, pois acreditei que seria fácil ignorar algumas semanas junto ao rei dos sonhos, e infelizmente isso está sendo impossível.

Quero saber mais sobre ele, mesmo que finja que não. Quero saber porque me apaixonei por uma figura tão funesta, indisponível e fechada. Em algum momento, ele se abriu para mim a ponto de me deixar dormir em sua cama. Isso não a intriga?

Fizemos amor? Nos beijamos debaixo de uma árvore? Ele contou a mim um segredo infame? Conheci algum de seus irmãos? Pedi a ele o gato ou simplesmente ele me deu de presente o Salém?

São tantas e tantas questões...

Talvez você me entenda melhor, se eu apenas compartilhar alguns de meus pensamentos e sensações, aqueles que melhor alcançaram a incerteza, a dor e a culpa que carrego. Por isso, a envio alguns de meus poemas, antes do Sarau das Bruxas.

Vá a festa para podermos nos encontrar.

Te amo imensamente.

Para sempre sua, Chloe!

Sobre o reino dos sonhos

No manto escuro da noite, onde os sons se apagam,

Nasce um mundo de encantos, por onde os sonhos vagam.

Lá, onde as estrelas dançam em sua melodia,

Os corações se libertam, a alma se extasia.

Em cada sonho, uma jornada se inicia,

Por caminhos de luz ou na escuridão sombria.

Entre risos de crianças e lágrimas de saudade,

Os sonhos tecem a tapeçaria da realidade.

São pontes para além do que os olhos podem ver,

Onde os limites se dissolvem, fazendo o impossível acontecer.

Na terra dos sonhos, somos livres para voar,

E em cada nova aurora, uma chance de recomeçar.

Desvendar mistérios, alcançar estrelas distantes,

Nos sonhos, somos heróis, poetas, amantes.

E quando a manhã rompe o véu da noite serena,

Os sonhos persistem, como sementes na terra amena.

Por isso, em cada noite, ao fechar os olhos para descansar,

Saúdo os sonhos, que me levam a viajar.

E ao despertar, trago comigo a essência do que vi,

Pois nos sonhos reside a magia que nos faz vivos sentir.

Sobre a memória

No vazio da mente, onde o tempo se desfaz,

Just Like a Dream (Sandman)Onde histórias criam vida. Descubra agora