Cap. 11 - Quero você aqui!

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Shakespeare uma vez escreveu " Toda a minha alma é amor!" Como posso ir mais longe se meu coração aqui permanece?"

Do mesmo modo, eu estava entregue naquela noite. Sob a mesa de jantar, nos braços de uma criatura milenar, me sentia no lugar certo e na hora certa, como se todos os meus passos tivessem me levado para onde eu sonhei.

Por isso, cada toque dele em meu cabelo, respiração sob minha pele, aperto em minha cintura, mordida em meus lábios e roçar de língua na minha, fazia com que me sentisse mais próxima de mim mesma e do meu destino.

Quando paramos e nos olhamos, eu me senti totalmente preenchida pelo sentimento de paz e felicidade, e eles eram dolorosos, como se pudesse escapar pelas minhas mãos e desaparecer.

— Que sorte a minha! — Sonho disse, parecendo incrédulo. Mas antes que eu pudesse responder, voltou a me beijar com toda a sua intensidade.

Como alguém podia dizer que ele era frio? Uma pedra?

Ele estava tão quente e faminto que eu podia sentir meus lábios doloridos, pela forma como ele os sugava e explorava, e quando minhas mãos apertavam o tecido da camisa em suas costas, sentia ele deixar mordidas excitantes.

Sem ar, o afastei devagar.

— Não... por favor! — ele suplicou baixinho, com a testa colada à minha. — Preciso de mais... muito mais.

— Sonho, preciso respirar! — falei com dificuldade, a voz arrastada.

— Porra, meu nome na sua boca ... — ele segurou o meu queixo e acariciou meu lábio inferior com o indicador — é como uma oração.

Amei escutar aquilo. Amei a intensidade do olhar dele sobre mim. Amei ... ELE.

— Gosto quando você fala palavrão! — respondi, com a respiração voltando ao normal. Ele deu um sorriso, o mais sincero desde que o conheci.

— Bom saber que também posso te surpreender! — Ele se aproximou do meu pescoço e chupou a carne exposta. Respirei fundo, com o calor da boca dele em contraste com o frio daquela sala.

— Eu te surpreendo? — Minha voz estava mais suave, do jeito que ficava quando eu estava excitada. Ele voltou a me observar, agora fazendo carinho no meu cabelo.

— Muito! Para um ser como eu, você é uma mulher difícil de ser ignorada, Chloe! — ele se aproximou do meu ouvido, como se quisesse confessar só para mim — Você é linda! Mais não é só isso, você também é gentil, honrosa, amorosa, corajosa e muito, muito atraente. — O hálito de Sonho na minha orelha me fazia estremecer e o cheirinho de chicletes me dava água na boca. — Quando você me perguntou "O que você quer?", a primeira vez que te vi naquele bar, de alguma forma inconsciente, eu quis você!

Apesar de ter me acostumado com a voz do rei dos sonhos, era inegável o quanto ela era atraente e profunda, o que contrastava com suas palavras sensíveis e íntimas.

Diante do silêncio, decidi me aconchegar ainda mais no abraço dele, colocando minha cabeça em seu peito e ouvindo as batidas aceleradas do seu coração.

— Você diz essas coisas de uma forma tão sincera. Chega a ser brutal!

— Não tenho mais idade pra joguinhos. Sou velho demais pra isso! — ele garantiu. Segurando meu rosto com as mãos. — Quando eu pedi pra você ficar, você realmente entendeu o que eu pedi? — ele me analisou.

— Acho que sim! — respondi, subitamente envergonhada. Eu sabia que ele se referia a sexo, mas não tinha cragem de dizer a palavra em voz alta.

— Vem! — o perpétuo me ajudou a descer da mesa e a calçar minha sandália perdida. Depois, me conduziu em direção ao corredor.

Just Like a Dream (Sandman)Onde histórias criam vida. Descubra agora