Capítulo 9 - De onde ele veio ?? Para onde ele vai ??

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— Aqui está um pedaço de bolo de fubá, leve para se alimentar se precisar.

Volto para a sala e minha mãe entrega um pote plástico com tampa para o rapaz.

— O que está acontecendo ?

Pergunto à minha mãe.

— Estou o levando até o portão. Ele está com as roupas secas e já se alimentou, então está na hora de ir embora.

Ben pega o pote com as duas mãos e segue minha mãe.
Penso em algo para intervir mas não sei o que dizer. Apenas os sigo.

— Senhora, eu agradeço por secar minhas vestes e pela comida. Muito obrigado.

— Não tem problema, só não nos assusta de novo. Procure por ajuda médica e se cuide.

O rapaz parece não entender muito mas afirma com a cabeça, me olha e dá um singelo sorriso. Se vira e segue seu caminho.
Ao entrar, confrontei minha mãe.

— O que quis dizer com ajuda médica ?

— Filha, ele é nitidamente um jovem com transtornos mentais.
Provavelmente estava desnorteado por causa dos remédios fortes.

— Mãe, isso não faz sentido. Ele não parecia perigoso e nem louco.

— Então me diz como ele entrou aqui ? Nossa casa tem muro,
obviamente ele pulou. Devia estar procurando onde se esconder da chuva.

Penso por um momento mas ainda me parece muito errado.

— Você perguntou se ele tinha para onde ir ?

— Não, mas com certeza voltará para clínica onde estava.

— Mãe e se ele não for doido ?

— No mundo de hoje o "e se" é muito perigoso .

— Como ? — sinto minhas bochechas arderem. Estou brava.

— Moranguinha, sua mãe está certa. —Meu pai intervém na conversa. —Poderíamos muito bem confiar nele, mas e se ele for um viciado ? E se ele for um assassino em série ? Não podemos arriscar filha.

— Por isso é melhor ele ir embora mesmo. Vamos rezar para que ele fique bem, é o máximo que podemos fazer.

Dessa vez me convenço um pouco mas meu coração fica apertado.

— Estamos indo trabalhar, filha, se cuide e qualquer coisa nos ligue viu.

Minha mãe beija minha testa.

— Relaxa Moranguinha, o Titan vai ficar bem. Você sabe, ele é bem grandinho.

Meu pai solta uma risada que logo vira uma tosse.

Sinto a tensão saindo aos poucos dos meus ombros.

— Eles tem razão, é muito arriscado da moradia a um estranho.

Penso nisso mais um pouco e por fim decidi ir fazer o almoço.

Um presente do céuOnde histórias criam vida. Descubra agora