Capítulo 30 - Meu cérebro dói!

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Estamos parados em frente a uma sorveteria.

— Escolha um sabor.

— O que é isso ?

— Sorvete. Um presente por ter me ajudado hoje.

— Eu fiz mais que minha obrigação.

—Você me ajudou a escolher o vestido e merece ser recompensado. Diga qual sabor você quer.

— Qual você vai escolher ?

— Morango.

— São muitas opções, não sei qual escolher.

Ben, estava parado em frente a vitrine com a mão no queixo e a testa franzida. Parecia realmente ser uma escolha difícil.

— Chocolate!

Ele diz de supetão me fazendo levar um susto daqueles.

— Quero chocolate. Como não tinha pensado antes. Chocolate é maravilhoso. Chocolate, com certeza chocolate.

Sentamos em banquinhos da praça com nossos sorvetes de casquinha nas mãos.

— Você tem que ser rápido porque com esse calor logo vai derreter.

Então bem dá uma bela mordida no seu sorvete.
Logo sua cara se contorce de dor.

— Não tão rápido, vai congelar seu...

—Cérebro! Que dor! Isso foi…assustador. Minha cabeça ficou dormente. Porque não me avisou que era tão gelado ?

Caio na gargalhada, a cara dele estava muito engraçada.

— Por que está rindo de mim ? Não foi nada engraçado, doeu.

Não consigo me controlar e continuo rindo.

— Desculpe, eu esqueci que você nunca havia provado.

Ben faz um bico enorme e só consigo achar aquilo muito fofo.

—Não faz assim! Aqui prova o meu!

Tento dar um pouco a ele, mas o bico está ainda maior. Continuei na tentativa mas ele estava se esquivando, até que sem querer querendo acertei o sorvete na sua bochecha. Ben abre a boca em choque.

— Você não fez isso!

— Agora o bico sumiu né ?

— Isso é tão injusto.

Quase sinto pena, digo quase porque ele enfiou seu sorvete na minha testa.

Ben começa a rir compulsivamente.

— Você parece um unicórnio.

Agora quem estava de bico era eu.

— Para de rir, unicórnio nem existe.

— Talvez não aqui mas da onde venho existe sim.

Estava brava demais para pensar nesse comentário apenas o ignoro, tentando limpar minha testa.

— Espera aí.

Ben levanta e vai até a sorveteria novamente. Logo sai de lá com alguns guardanapos nas mãos.

— Me deixe limpar para você.

Delicadamente ele encosta o papel na minha testa, limpando com todo cuidado. Eu não consigo evitar a tensão. Estávamos perto demais. Eu conseguia ver o pomo subir e descer em sua garganta. Seu cheiro era tão bom. Como isso era possível mesmo estando tão calor e suando horrores.

— Pronto Achocolatado. Sem vestígios de sorvete.

— Mas que sua obrigação deixar minha pele impecável.

Digo rindo e arrancando uma risada sua, logo percebo que sua bochecha ainda estava um pouco suja.

— Tem um pouco no seu rosto também, peraí que vou limpar.
Sem nem pensar muito encostei meus lábios em sua bochecha e fiquei alguns instantes. Me afastei e disse.
— Prontinho.

Escuto uma buzina e vejo meus pais que vieram nos buscar.

Recolho as bolsas e levanto, olho para trás e Ben está parado com os olhos arregalados e a boca entreaberta.

— Ben! — o rapaz acorda do transe. — Vamos, temos carona.

Ele levanta meio enrolado com as bolsas e me segue.

Ótimo Morgana, traumatizou o menino!

Um presente do céuOnde histórias criam vida. Descubra agora