Capítulo 24 - Meu pintinho amarelinho! (BEN)

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Acordo de madrugada suando, acendi a luz do quarto e me sentei bem em frente ao ventilador.

Desde que fomos à praia me sinto estranho, um calor estranhamente quente e pensamentos nada normais. Quer dizer anormais para mim.

Desde que cheguei na terra minha cabeça anda muito confusa mas dessa vez o problema é mais embaixo.

Tudo começou naquele dia com aquele toque na minha pele, senti cada pelo de meu corpo se arrepiar e aí eu vi ela com aquela vestimenta de bolinhas, acho que o nome é maiô mas não sei exatamente.

Foi a primeira vez que vi alguém assim, foi a primeira vez que vi ela assim. Agora meu coração tá estranho, palpitando e acelerando quando penso na cena.

Mas antes fosse só meu coração que estava estranho. Descobri coisas sobre mim que não imaginava. Não é ruim, pelo contrário e é isso que me assusta.

Tenho acordado de madrugada com sonhos diferenciados, exatamente como agora. Meu corpo todo pulsa. É difícil controlar.

Antes coisas assim não aconteciam, antes eu nunca havia visto uma mulher com tão pouca roupa. Talvez eu esteja impressionado e logo isso passará, só que talvez eu não queira que passe.

Quando lembro dela naquele dia ensolarado, a vestimenta de bolinhas, o cheiro da água salgada na pele dela, faz meu coração bater diferente.

Será que estou com alguma doença humana ?
Será que preciso procurar ajuda médica ? Dona Ivana já tinha me alertado sobre isso, mas não a escutei.

Meu coração acelera ainda mais.

Melhor levantar para beber uma água gelada.

Abro a porta e vou andando no escuro, já havia gravado o local certo onde fica a geladeira. Ao chegar na cozinha me deparo com algo estranho, dois olhos estavam parados no escuro me olhando.

Ouço um grito e com o susto grito também. Escuto um Toc e sinto que fui atingido por algo. Ponho minha mão na testa sentindo uma dorzinha e a luz acende.

Me deparo com Morgana parada na minha frente, a boca aberta e a mão no coração.

— Ben, que susto você me deu.

— Achocolatado, porque jogou uma garrafa de água na minha cabeça ?

Ainda sinto dor no local.

— Me desculpa, eu achei que fosse uma assombração e no susto joguei a garrafa que estava na minha mão. Está doendo ? Deixe-me ver.

Ela se aproxima de mim tirando minha mão do local e olhando atentamente. Ela está bem próxima e consigo sentir um cheiro doce.

— Fez um galo, vou pegar gelo para botar.

Morgana vai até a geladeira e acabo percebendo suas vestimentas, estava com um short bem curto que deixava bem sua coxa à mostra. Usava também uma regata larga, tão larga que de lado podia quase ver algo a mais.

Ela se vira para mim e ao perceber que eu a estava olhando, fica vermelha jogando o gelo na minha cara e correndo para o quarto.

Estava tão anestesiado que nem senti dor com o impacto do saco de gelo na minha face.

Minha testa dói, meu corpo treme e meu coração palpita, pela manhã preciso procurar um médico.

Um presente do céuOnde histórias criam vida. Descubra agora