Capítulo 44 - Um (re) começo!

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Abro meus olhos mas eles estão pesados, pego meu celular da escrivaninha e abro a câmera. Meu rosto está super inchado. Não devia ter chorado tanto antes de dormir.

Minha barriga ronca, já faz dias que não venho me alimentando bem. Decido levantar e rezo para que minha mãe não me pergunte sobre o inchaço.

A casa está silenciosa, sigo até a cozinha e levo um tremendo susto.

— Surpresa!

Lá estava minha mãe, meu pai e Gus com sua cadeira de rodas.

— Podia ter esperado mais um pouco filha, iríamos levar seu café na cama.

Eu realmente estava surpresa.

— Mas porque tudo isso ?

— Como assim Moranguinha ?

— Porque fizeram isso para mim ?

A mesa está cheia de coisas, suco, bolo de chocolate, pão de queijo, frutas e iogurte.

— Morg, hoje é seu aniversário.

Gus me diz e percebo que havia esquecido. Abro a boca de surpresa.

— Já é meu aniversário ? Passou tão rápido.

Eles me olham preocupados, então forço um sorriso e os agradeço.

— Obrigada por terem lembrado, isso é um gesto incrível. Muito obrigada mesmo.

Dou um abraço apertado em cada um e eles parecem aliviados ao ver meu contentamento.

— Sente - se filha, e escolha o que quer comer.

Me sento à mesa e me sinto como em um banquete.
Pego um pão de queijo e dou uma bela mordida. Está macio e o gosto é ótimo, suspiro e me sinto feliz, o que não me acontecia a muito tempo.

— O que vai beber Moranguinha ?

Olho para a mesa procurando o que iria tomar. Até minha mãe botar um copo perto de mim.

— Esqueci de botar antes. Sei que você prefere Achocolatado.

Olhando aquele copo cheio do conteúdo marrom sinto um aperto no peito.

— Achocolatado.

Algumas lágrimas acabam escorrendo.

— Filha, o que houve ? Você não quer ?

Seco as lágrimas teimosas e abro um sorriso.

— É que estou emocionada, mãe. Vocês fizeram tudo isso para mim. Eu realmente sou abençoada por tê- los comigo. Muito obrigada.

Mantenho o sorriso tentando ao máximo tirar a sensação ruim de mim.

O tempo está nublado, exatamente como gosto, então depois do café da manhã decidi ir levar Scooby na praça para andar um pouco. Gus vai comigo.

Estávamos andando na rua, Scooby preso a guia, Gus com sua cadeira de rodas e eu que carregava uma mochila. Apesar de já ter tirado o gesso do braço ainda não conseguia mexê- lo muito. Então íamos andando devagar.

— Como está se sentindo ? Reparei os olhos inchados.

Gus me pergunta cortando o silêncio.

— Não foi nada demais, eu realmente me sinto melhor agora, talvez o problema seja ficar muito tempo em casa.

Raios de sol começam a surgir, o céu está limpando.

— Concordo com você. Talvez deva pelo menos uma vez ao dia trazer o Scooby para passear na praça. Ele não vai reclamar né seu lindão.

Um presente do céuOnde histórias criam vida. Descubra agora